O ano de 2021 já é de recorde para o ecossistema brasileiro de startups. O Inside Venture Capital, relatório mensal produzido pela Distrito mostra que, neste ano, até o acumulado de novembro, foram aportados US$ 8,85 bilhões em um total de 677 rodadas. Esse montante é quase três vezes maior do que o total de 2020, que chegou a US$ 3,65 bilhões. Somente no mês de novembro, foram mapeadas 55 rodadas e US$ 809,9 milhões investidos.
A Loft recebeu US$ 425 milhões, em março, protagonizando uma das maiores rodadas já feitas no Brasil e entrando para o grupo das empresas do setor imobiliário mais valiosas fora dos Estados Unidos e China. Já o Nubank, teve uma série em janeiro, de US$ 750 milhões, e outra em junho, de US$ 400 milhões.
Em especial, novembro foi um mês de destaque para as fintechs, setor com maior número de investimentos, fusões e e aquisições. As empresas do setor financeiro receberam US$ 311 milhões em aportes. As retailtechs aparecem em seguida, com US$ 268 milhões, além de startups de gestão de negócios e projetos, US$ 125 milhões, foodtechs, US$ 52 milhões, e healthtechs, US$ 31,3 milhões.
“O investimento crescente mostra a confiança do mercado no ecossistema. Já superamos o total esperado para o ano e continuamos registrando grandes aportes, tanto nas fases iniciais quanto na consolidação de mais um unicórnio. O fato de a maior parte das rodadas se concentrar ainda nas primeiras fases do negócio indica que há otimismo para mais gigantes no futuro próximo”, afirma Gustavo Gierun, cofundador do Distrito.
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Outro movimento importante percebido é o crescimento do Corporate Venture Capital no país. Só este ano, foram US$ 662,1 milhões investidos, um volume histórico e também três vezes maior que o total de 2020. “Podemos observar que os investidores enxergam oportunidades em empresas mais tradicionais. A maioria tem um foco na construção e fabricação de materiais essenciais para promover todas essas disrupções. O crescimento de startups no último ano se dá por conta das novas tecnologias que têm revolucionado o mercado e gerado inovação para os mais variados produtos e serviços”, explica Eduardo Fuentes, responsável pelo relatório Inside VC.
João Gabriel Chebante, especialista em Corporate Venture do Grupo FCamara, explica que, ainda que exista um cenário político incerto, o que pode mitigar em parte alguns aportes, a alta de investimentos continua sendo um caminho sem volta. “O Brasil entrou na rota como uma das grandes praças para o investimento em inovação e novos negócios do planeta. O motivo disso reside no seu grande mercado potencial e capital humano para negócios – ainda que tenhamos um GAP em tecnologia que começa a ser equacionado em algumas frentes. Ao mesmo tempo, o capital financeiro e empresarial local tem um interesse crescente em inovação e novos negócios vide a transformação digital vista em todos os mercados globalmente”, conclui Chebante.
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