“Programador autodidata. Apaixonado por medicina, programação e causar impacto”, essa é uma parte da descrição de Heman Bekele em seu perfil no LinkedIn. O jovem de 14 anos, que nasceu na Etiópia e foi para os Estados Unidos com a família na infância, conta que sua vida mudou graças à ciência. “Desde que eu me recordo, sempre fui apaixonado por ciência. Estava sempre fazendo pequenos experimentos ou assistindo vários vídeos sobre.”
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Heman foi eleito “Jovem Cientista de 2023” pelo prêmio anual da 3M em parceria com a Discovery Education. Ele enviou um vídeo com sua proposta de um sabonete para tratar o câncer de pele e recebeu, em junho, a mensagem de aprovação, que dá ao estudante selecionado um mentor para o projeto.
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Deborah Isabelle, especialista em engenharia de produtos da 3M, foi a escolhida para ajudar Heman Bekele. “Ter o apoio da minha mentora foi essencial. Ela tinha tantas conexões, sempre me apresentava bioquímicos que poderiam ajudar. E, enquanto eu cuidava do desenvolvimento, testes e colocava o projeto em prática, ela era responsável pela lista de materiais, me explicava a função de cada um e ficava na retaguarda para me auxiliar com o que desse errado”, conta Heman.
Inspiração
A inspiração para o aluno do primeiro ano do ensino médio norte-americano foi sua própria experiência quando criança. “Quando morava na Etiópia, eu lembro que via os trabalhadores o dia todo no sol quente. Na época, aos 4 anos, não entendia o que aquilo significava. Mas quando pensei em desenvolver um projeto de impacto, essas cenas vieram à tona e eu pensei que poderia melhorar a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo.”
O “Sabonete para Tratamento de Câncer de Pele” (STCP) funciona utilizando um composto que ajuda células dendríticas, que são mortas pelas células cancerosas, a reviverem e se defenderem do câncer. Quando apresentou o projeto a um painel de juízes na final, realizada em Minnesota, Heman disse que o sabonete é um “símbolo de esperança, acessibilidade e de um mundo onde o tratamento do câncer de pele está ao alcance de todos”.
Agora, alguns meses após a premiação, Heman diz que está voltando a calma do dia a dia e praticando outros hobbies, como “tocar piano, flauta e jogar xadrez”. Quando perguntado sobre as metas para o futuro, ele é modesto: “Eu sei que um projeto não define a minha vida. Ainda quero causar muito mais impacto e ajudar diversas pessoas. Não sei exatamente qual curso quero estudar na faculdade, mas sei que será na área de STEM (sigla em inglês para “ciência, tecnologia, engenharia e matemática).”
Recado para os brasileiros
“Uma mensagem que eu posso dar é: nada é impossível. Eu jamais imaginaria que meu sonho chegaria tão longe, o que eu fiz foi trabalhar duro e eu não desisti quando as coisas ficaram difíceis. Então, sejam resilientes e perseverantes para alcançarem seus sonhos”, esse é o recado de Heman Bekele, cientista de 14 anos, para jovens brasileiros que também almejam transformar o mundo.
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