Na tarde da última quarta-feira (13), a Forbes Brasil recebeu no Rosewood Matarazzo Ballroom, na capital paulista, os homenageados ForbesAgro100. O grupo 41 de empresas e cooperativas, que subiu ao palco como destaques da edição que mostra as maiores organizações do país e que tem seus balanços publicados, integrou a edição especial da Revista Forbes dedicada ao setor . O evento foi apresentado por Bradesco BBI e teve patrocínio de Textron Aviation e Defender, com apoio de Pernod.
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Roberto Rodrigues, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, colunista da Forbes e embaixador da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), juntamente ao CEO e publisher da Forbes no Brasil, Antonio Camarotti, fizeram as honras da casa. “A Forbes vai fazer 12 anos no Brasil e há cerca de quatro percebi que tínhamos uma falha seríssima dentro da nossa estrutura editorial, que era não dar a devida atenção a um setor tão importante, tão pujante da nossa economia, que é o agronegócio. Naquele momento, decidi que iríamos ter uma vertical muito importante do ponto de vista editorial e criamos a Forbes Agro, uma vertical com vida própria dentro da estrutura editorial da Forbes”, disse Camarotti. “A Forbes é reconhecida mundialmente pelas suas listas, e estar numa delas é objeto de desejo de empresários e bilionários. Tínhamos que criar uma lista Forbes falando do principal setor do PIB – que é o agronegócio –, e foi criada ali a ForbesAgro 100.”
Camarotti também chamou os empresários presentes a se abrirem mais, dizendo “vocês são de um setor muito intramuros”, agradecendo a construção do Agro100 como uma ponte para o futuro. Foi a deixa para Rodrigues dizer “quero aproveitar essa audiência para trazer uma proposta”. Citando o resultado final da COP28, na terça-feira (12), como um sucesso menor do que o esperado, ele destacou os três desafios gigantescos dos quais nenhum cidadão do planeta está isento: segurança alimentar, segurança energética e mudanças climáticas.
“E tem o quarto, que é um problema dos governos, da desigualdade social. Estou apelidando esses quatro de os novos Cavaleiros do Apocalipse, que têm de ser enfrentados por todos nós. Não tenho a menor dúvida de que o grande responsável pela derrota deles será o agro. Qual agro? O agro tropical, América Latina, África Subsaariana e uma parte da Ásia, porque nessa faixa tropical tem terra para crescer e vai ser explosão de oferta de alimento, energia, etc. E nessa faixa do planeta, quem tem hegemonia tecnológica, conhecimento sobre legislação, logística, agroindústria, é o Brasil.”
O que pensa o agro do Brasil
O diretor florestal da Dexco, Anderson Lins Machado, repete as palavras de Rodrigues: “O setor ainda continua um pouco fechado, dada a relevância que ele tem, mas está se unindo e aparecendo cada vez mais em diversos fóruns para demonstrar a sua capacidade e potencial”.
Sobre o futuro próximo, o diretor de relacionamento com fornecedores da Marfrig Global Foods, Maurício Manduca, que esteve no evento da Forbes acompanhado de Marcos Fernando Marçal dos Santos, diretor de gestão da cadeia de suprimentos na empresa, acredita que há um cenário melhor pela frente. “Nós acreditamos que 2024 será um ano bom para as proteínas, uma continuidade desse segundo semestre do ano.” O mesmo sentimento sobre expectativas compartilham outros empresários do setor, como Eduardo Oranges, da Barra Mansa, e Cláudio Ney de Faria Maia, da Plena Alimentos. “Esperamos sim um 2024 de retomada”, diz Oranges. “O mercado vem dando sinais positivos”, completa Faria Maia.
Para o presidente da Aurora Alimentos, Neivor Canton, à frente de uma cooperativa de no ano passado faturou R$ 20,4 bilhões baseados no trabalho dos pequenos produtores de suínos, aves e leite, é preciso ser otimista. “O pequeno produtor não vai parar, nós vamos produzir e vamos em busca de mercado”, diz ele
É esse também o sentimento do setor de grãos e cereais, com a expectativa de safra em alta e de consumo, porém com uma correção de rumo. “Tivemos um ano que, apesar de difícil, termina muito bem. Acima das expectativas, creio que tanto para as empresas como para o país”, diz Irineu Pedrolo, CEO da J.Macedo, dono de marcas como Dona Benta, Sol e Petybon, entre outras. “É sempre bom conversar dentro da cadeia. Somos, muitas vezes, concorrentes, outras vezes, clientes, outras vezes, fornecedores, e no dia a dia nem sempre temos tempo de celebrar e comemorar.”
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Fazendo coro, Marcelo Guimarães, diretor da Pastificio Selmi, completa: “A gente briga na gôndola, mas aqui a gente tem que ser amigo, tem que unir as forças”. Para o executivo, o ano de 2024 vai ser desafiador como foi 23. “Nós participamos de uma categoria que, por ser cesta básica, acaba se impulsionando um pouco. A gente sempre olha o copo meio cheio”, diz Guimarães. Também presente ao ForbesAgro 100, para Rômulo Dantas, da M.Dias Branco, dona de marcas como Adria, Basilar, Piraquê, entre outras, o mercado deve caminhar bem em 2024. “Vimos uma mudança do consumidor no mix de produtos, em busca de alimentos mais baratos”, completa. “Isso mostra que as pessoas querem consumir, e se há renda, ele responde.”
Marcelo Altieri, presidente Yara Brasil, declara ver com bons olhos o que acontece em 2023, “um ano difícil, mas que deixou muito clara a resiliência do agricultor brasileiro”. “O grande desafio nas tendências dos grãos internacionais, que se confirmou, levaram a rentabilidade para os patamares de 2019, 2020, mas ficou claro que para além dessas adversidades dos preços internacionais, a agricultura brasileira tem um papel fundamental para jogar”, diz ele. Para o executivo, o mercado deve seguir firme. “Claro que não vai ser naquele nível de rentabilidade de 2022, quando toda a indústria passou por uma bonança. Hoje está um pouco mais apertado, mas acreditamos que 2024 vai ser um bom ano.”
Aos presentes, André Moor, do Bradesco BBI, declarou aos homenageados: “É muito importante ter a união que vocês estão trazendo aqui. Estamos animados com 2024. O agro é um setor muito resiliente, que tem empresários e executivos de altíssima qualidade, que despontam em tecnologia e capacidade de execução”, diz Moore. “Foi mencionado que a gente teve um ano de 2023 de ajuste, no segundo semestre principalmente, mas a gente vê 2024 como um ano de oportunidades.”
Para Paulo Manzano, da JLR, completa: “O segmento do agro no Brasil é extraordinário e tem crescido muito. E não estamos isentos da responsabilidade e de um papel importante de nos movimentarmos rumo a um mundo e um setor mais sustentável”. Marcelo Moreira, da Textron Aviation, marca com sede nos EUA, afirma que a empresa não tem dúvida sobre o potencial do agro brasileiro. “Fora dos EUA, a marca tem seu maior mercado de aviação no Brasil e o agro como o maior setor de clientes” afirma Moreira.
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