Estamos em pleno ciclo de queda da taxa de juros, e na noite de quarta-feira (13), na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2023, o Banco Central fez mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic.
Dessa forma, a taxa básica de juros da economia fecha 2023 em 11,75% ao ano, e esse movimento de queda, que deve continuar ao longo de 2024, vai tornando menos atrativos os investimentos em renda fixa, especialmente aqueles atrelados à Selic.
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Ocorre, entretanto, que uma carteira de investimentos balanceada, sempre terá um percentual destinado à renda fixa, e por isso, é importante que você entenda a relação risco-retorno, a fim de otimizar seus ganhos e adequar seus percentuais de alocação às suas metas.
Como funcionam os títulos de renda fixa
Em sua essência, os Títulos de Renda Fixa representam empréstimos remunerados que você faz às instituições, onde juros e formas de pagamento são previamente estabelecidos. Para avaliar se a remuneração desse empréstimo, ou seja, a
rentabilidade, é adequada, é necessário considerar três aspectos interconectados: liquidez, risco e retorno.
Quanto maior a liquidez, menor o retorno
Títulos que oferecem grande liquidez têm menor risco, no entanto, baixo retorno. É o caso da poupança, das contas remuneradas, do Tesouro Selic e dos CDBs de liquidez diária. Esses são produtos indicados para sua reserva de emergência, que é aquele dinheiro para o qual você não busca rentabilidade, mas sim, disponibilidade imediata.
Em um cenário de taxas de juros em declínio, como o que temos atualmente, a busca por bons retornos na renda fixa começa a se tornar mais desafiadora e as melhores rentabilidades estão atreladas à tomar maior risco.
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Ao optar por CBDs ou títulos do Tesouro de prazos mais longos, o investidor pode vislumbrar uma rentabilidade maior e com baixo risco, pois são títulos considerados seguros, dada a proteção do FGC aos CDBs e à garantia do Tesouro Nacional para os títulos públicos. Contudo, esse ganho potencial vem acompanhado de um comprometimento da liquidez.
Riscos e Recompensas: A Delicada Dança do Investimento
Investir em instituições com baixo rating de crédito ou em títulos não garantidos pelo FGC, como CRIs, CRAs e Debêntures, pode impulsionar seus ganhos, mas com maior exposição ao risco, e compreender essa relação é fundamental para construir uma estratégia sólida e alinhada com suas necessidades.
E aqui não estou dizendo que você não deve tomar risco, mas sim, que precisa entender essa relação entre liquidez-risco-retorno para poder definir a distribuição dos percentuais de seu patrimônio em variadas classes de ativos, de acordo com a sua estratégia.
Muita gente erra ao acreditar que renda fixa não tem risco, ou que em tempos de taxa Selic em queda, a renda fixa não compensa. Nenhuma das duas coisas é real. Todo investimento envolve algum grau de risco, e uma carteira bem estruturada sempre contemplará renda fixa e renda variável, em proporções compatíveis com as metas e prazos de cada investidor.
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A habilidade de equilibrar liquidez, risco e retorno na distribuição dos ativos em sua carteira é a peça-chave para montar uma estratégia vencedora, que maximize ganhos sem comprometer a estabilidade financeira.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
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