O banco central da Argentina vai manter a taxa básica de juros em 133% ao ano, informou a autoridade monetária em um comunicado nesta quarta-feira (13). Também irá impor uma nova “paridade móvel” que enfraquece o peso em 2% ao mês após uma forte desvalorização.
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O comunicado divulgado vem após o novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, divulgar um pacote de medidas econômicas para enfrentar o profundo déficit fiscal, a inflação de três dígitos e a escassez de reservas internacionais.
“Todas as ferramentas de política monetária serão orientadas para alcançar a estabilidade monetária e reduzir a inflação”, disse o banco central em um longo comunicado.
Na terça-feira (12), o ministro da Economia anunciou uma série de medidas ortodoxas para lidar com a grave crise financeira, incluindo cortes drásticos nos gastos e uma desvalorização de 54% na taxa de câmbio oficial do peso, para 800 por dólar.
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A Argentina enfrente um contexto de uma inflação anual próxima a 180% e pobreza acima de 40%. O governo disse que cortará os subsídios ao transporte e à energia, além de reduzir obras públicas, para eliminar o déficit fiscal.
“Isso nos leva a uma expectativa de déficit zero. Fica eliminada a emissão monetária para financiar o Tesouro”, disse o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13).
“Precisamos de credibilidade, que não pode ser alcançada gastando mais do que temos. Não havia opção. Em termos de urgência, foram as medidas certas”, disse ele.
Milei prometeu eliminar os rígidos controles de capital da Argentina, com várias taxas de câmbio, implementadas para proteger as escassas reservas do banco central. Atualmente, a diferença entre a taxa de câmbio oficial e a do mercado informal é de 191,9%.
“Este governo não ficou com um paciente com dor de dente. Encontramos um paciente em tratamento intensivo prestes a morrer”, disse Adorni.
Em seu comunicado, o banco central informou que o ajuste da taxa de câmbio introduz um “fator novo e importante: o incentivo à produção e às exportações e um desincentivo para continuar aumentando artificialmente as importações. Uma melhora genuína na balança comercial será um motor essencial” para recuperar o nível das reservas internacionais.
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