COP28: Cúpula do Clima estabelece acordo global “histórico” para abandonar os combustíveis fósseis

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Guetty

O presidente da COP28, Sultão Ahmed Al Jaber entre outras autoridades antes de uma sessão plenária

Os representantes na cúpula climática da ONU COP28, em Dubai, concordaram na quarta-feira (12) com um acordo climático que inclui um apelo mais explícito ao abandono global dos combustíveis fósseis, depois de uma proposta anterior ter sido condenada por não abordar adequadamente as alterações climáticas.

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O acordo exige “a transição dos combustíveis fósseis…de uma forma justa, ordenada e equitativa” para atingir emissões líquidas zero até 2050.

O texto final, no entanto, evita apelar a uma “eliminação progressiva” do uso de petróleo e gás – que foi impulsionado por um grupo de mais de 100 nações, incluindo os EUA, o Canadá e os países da União Europeia – devido à forte oposição do governo liderado pela Arábia Saudita, no bloco OPEP de nações produtoras de petróleo.
O acordo, no entanto, procura esforços acelerados para “a redução progressiva da energia vinda do carvão”, o único combustível fóssil a ser alvo de linguagem forte.

No texto final também está o objetivo de triplicar a capacidade global de energia renovável e duplicar as melhorias na eficiência energética até 2030. Sultan al-Jaber, o presidente da COP28, saudou o acordo como “histórico”, mas admitiu que seu sucesso exigiria transformá-lo “em ações tangíveis”.

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Pela ciência, 1,5 graus Celsius é o limite para um aumento da temperatura global acima dos níveis pré-industriais, acordado pelos líderes globais como parte do Acordo Climático de Paris em 2015, sendo um aumento de 2 graus o limite superior.

Citações cruciais na COP28

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse: “Aos que se opuseram a uma referência clara à eliminação progressiva dos combustíveis fósseis durante a Conferência Climática COP28, quero dizer: Quer gostem ou não, a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é inevitável. Esperemos que não chegue tarde demais.”

A AOSIS (Aliança dos Pequenos Estados Insulares) – que representa 39 pequenas nações insulares nas regiões do Pacífico, Atlântico e Oceano Índico – criticou o acordo por ter uma “litania de lacunas”. A negociadora principal da AOSIS, Anne Rasmussen, disse: “Fazemos referência à ciência em todo o texto… mas depois nos abstemos de um acordo para tomar as medidas relevantes, a fim de agir de acordo com o que a ciência diz que temos que fazer.”

Apesar de não ter apelado à eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, o acordo final desta quarta-feira apresentou alterações importantes em relação à versão preliminar divulgada na segunda-feira (10), que foi alvo de duras críticas internacionais.

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O texto original previa apenas a redução do “consumo e produção de combustíveis fósseis, de forma justa, ordenada e equitativa”. O enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, refutou contundentemente a proposta por não ter conseguido “passar no teste” de manter viva a temperatura de 1,5 graus Celsius do Acordo de Paris. No seu discurso, Kerry disse: “Eu, como a maioria de vocês aqui, recuso-me a fazer parte de uma charada”.

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