Em 2023, a empresária, filantropa e escritora norte-americana MacKenzie Scott doou quase US$ 2,2 bilhões (R$ 10,85 bilhões na cotação atual) da sua fortuna para instituições de caridade, anunciou a bilionária no seu site Yield Giving nesta semana. O valor eleva seu total de doações para quase US$ 16,6 bilhões (R$ 82 bilhões).
Neste ano, as doações de Scott ficaram numa faixa semelhante às de anos anteriores, variando de US$ 600 mil a US$ 25 milhões para 360 organizações – que frequentemente têm orçamentos anuais menores que esse valor. Entre as escolhidas, estão instituições que apoiam a aprendizagem precoce, moradia acessível, equidade racial e de gênero, equidade em saúde e engajamento cívico e social.
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Os projetos beneficiados incluem países como Brasil, Índia, Quênia, além dos EUA. Entre as organizações brasileiras estão ONGs como a Central Única das Favelas (CUFA, que promove integridade e inclusão nas comunidades), a Vagalume (projeto de acesso à leitura infantil para comunidades rurais da Amazônia) e o Parceiros da Educação (engajada na melhora da educação pública do país).
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“Estou animada em chamar a atenção para essas 360 organizações excepcionais, que poderiam também contar com outras doações além das minhas. Agradeço a todos de nossa equipe ampliada e que tornaram possível presenteá-las”, escreveu Scott. “Me inspiro por todas as maneiras como as pessoas trabalham juntas para oferecer bondade e apoio mútuos.”
Scott, uma dos apenas 11 bilionários filantropos nos EUA que doaram mais de 20% de sua riqueza, é conhecida por sua acelerada taxa de doações. Após receber uma participação de 4% na Amazon, após seu divórcio de Jeff Bezos em 2019, ela doou um terço do valor recebido em poucos anos. MacKenzie Scott ainda é a quarta mulher mais rica do mundo, com patrimônio líquido próximo de US$ 40 bilhões (R$ 197 bilhões).
A maior parte da filantropia praticada por Scott se destaca no cenário das doações bilionárias por uma peculiaridade: elas são relativamente pequenas (menos de US$ 10 milhões ou R$ 50 mil), não há restrições para que sejam feitas e frequentemente são inesperadas pelas organizações que as recebem – de fato, algumas já disseram que pensaram se tratar de um golpe quando receberam o anúncio da doação.
Scott também é uma das poucas filantropas proeminentes que não doam por meio de uma fundação privada, que teria de divulgar as contribuições em declarações fiscais anuais (outro exemplo notável é seu ex-marido Bezos). Em vez disso, ela é conhecida por doar por meio de uma LLC (Sociedade de responsabilidade limitada, em inglês) registrada em Delaware que, segundo relatos, representa seu escritório familiar: a Lost Horse LLC, que aparece em documentos de alguns beneficiários e está ligada a três propriedades na área de Seattle.
As poucas declarações públicas de Scott sobre as doações frequentemente mencionam seu desejo de que a atenção da mídia em relação à filantropia se concentre não em sua riqueza, mas nas organizações beneficiadas.
Em dezembro de 2022, a bilionária desmistificou parte da curiosidade sobre o que ela faz ao lançar o site, YieldGiving.com, plataforma que inclui um banco de dados detalhando sobre US$ 11,9 bilhões de seus estimados US$ 16,6 bilhões em doações ao longo da vida. Em março deste ano, pela primeira vez, Scott passou a pedir contribuições à sua causa por meio de seu “Open Call”. A meta é doar US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) a cada uma das 250 organizações no início de 2024.
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