O dólar reverteu altas anteriores e passou a cair frente ao real nesta sexta-feira (1), depois que comentários do chair do Federal Reserve e dados de atividade dos Estados Unidos reforçaram apostas do mercado de que o banco central norte-americano já terminou de elevar os juros e pode cortá-los na primeira metade do ano que vem.
Às 14:00 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,57%, a R$ 4,8875 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,89%, a R$ 4,9.
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Powell disse nesta sexta-feira (1) que os riscos de o Federal Reserve ir longe demais com os aumentos da taxa de juros e desacelerar a economia norte-americana mais do que o necessário tornaram-se “mais equilibrados” em relação àqueles de não agir o suficiente para controlar a inflação.
Ele disse que está claro que a política monetária do Fed está desacelerando a economia como esperado, com uma taxa básica “bem em território restritivo”, citando ainda um arrefecimento da inflação.
“Importante ponderar que o Fed não descartou mais aperto. Porém, a frase de que a inflação está na direção correta causou impacto forte no fluxo financeiro hoje, e, com a virada de página do mês, após turbulência na formação da Ptax mensal de ontem, o mercado voltou a se moldar e responder às expectativas em relação ao diferencial (de juros entre Brasil e EUA)”, explicou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
A perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos costuma levar a um redirecionamento de recursos para países mais rentáveis, ainda que mais arriscados, como o Brasil. Aqui, a taxa Selic está em 12,25% ao ano, nível ainda favorável à moeda local, apesar do ciclo de afouxamento do Banco Central.
Também pesaram sobre o dólar nesta sessão dados que mostraram que a indústria dos Estados Unidos permaneceu fraca em novembro, com desempenho abaixo do esperado por analistas.
O ISM (Instituto de Gestão de Fornecimento) disse que seu PMI industrial permaneceu em 46,7 no mês passado, no 13º mês consecutivo abaixo de 50, o que indica contração no setor. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria para 47,6.
Na cena doméstica, alguns operadores têm alertado para uma tendência sazonal de alta do dólar conforme o fim do ano se aproxima e as empresas se preparam para enviar recursos ao exterior.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9154 na venda, em alta de 0,59%, em sessão que teve volatilidade nas primeiras horas de negócios devido à disputa pelo fechamento de fim de mês da Ptax, uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central. Em novembro, no entanto, a moeda acumulou baixa de 2,48%.
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