Abertura dos EUA para carne paraguaia não deve aliviar escassez, dizem importadores

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Reuters/Cesar Olmedo

USDA prevê que o EUA deve exportar em 2023 um volume de 1,6 milhão de toneladas de carne bovina

CHICAGO (Reuters) – A decisão de Washington de aceitar a carne bovina do Paraguai após 25 anos provavelmente não alterará o volume geral das importações dos EUA, mesmo em um momento de escassez de oferta e preços altos, devido a uma cota de embarques, disseram os importadores norte-americanos.

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Os preços da carne bovina nos EUA bateram recordes este ano, depois que a seca levou os fazendeiros a reduzir o rebanho do país ao seu menor nível em décadas, e as empresas de carne estão dependendo mais das importações para processar a carne moída para hambúrgueres.

O Paraguai não negociou a venda de carne bovina para os EUA sob seu próprio acordo de cotas, portanto, precisa competir com outros países na mesma situação para preencher uma cota tarifária de grupo, disse Stephen Sothmann, diretor executivo do Meat Import Council of America.

A cota para esses países, incluindo Brasil, Irlanda, Japão e Namíbia, é de cerca de 65.000 toneladas anuais com uma tarifa de 4,4 centavos de dólar por quilo, disse Sothmann. Os fornecedores preencheram a cota no início deste ano, disse ele.

“Normalmente, agora há uma corrida muito grande para conseguir produtos dentro dessa cota”, disse Sothmann. “A probabilidade de isso alterar a quantidade de oferta de carne bovina importada é muito limitada.”

Os fornecedores enfrentam um imposto exorbitante de 26,4% sobre o valor dos produtos enviados acima da cota tarifária, tornando esses negócios economicamente inviáveis.

O USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) prevê que o total de importações de carne bovina pelos EUA será de cerca de 1,6 milhão de toneladas este ano. O Paraguai poderá eventualmente embarcar de 3.250 a 6.500 toneladas por ano, ou 5% a 10% da cota tarifária para os países sem acordos individuais, informou o USDA.

Os analistas esperam que o Paraguai concorra com produtores como o Brasil no fornecimento de carne bovina magra, que é misturada com os suprimentos mais gordurosos dos EUA.

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Os EUA restabeleceram a habilitação do Brasil de enviar carne bovina in natura em 2020, após uma interrupção devido a preocupações com a segurança alimentar. A Namíbia enviou carne bovina comercial para os EUA pela primeira vez em 2020, após 18 anos de negociações comerciais, mas não fez remessas desde então, segundo registros dos EUA.

Os EUA já haviam bloqueado a carne bovina do Paraguai devido a preocupações com a febre aftosa, mas disseram que uma extensa revisão constatou que as remessas agora são seguras sob certas condições.

*Reportagem de Tom Polansek

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