Eu acreditava que ser vulnerável no trabalho era uma fraqueza. Conseguia expor minhas vulnerabilidades e inseguranças em ambientes sociais, mas não no trabalho – sentia que, se eu fizesse isso, seria vista como fraca, o que é o oposto da imagem que eu gostaria de passar, e o oposto do que eu sou.
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Durante um bom tempo, então, agi da forma mais confiante e impecável para o público, colaboradores e sócios. A imperfeição, na minha cabeça, era inaceitável e me tornaria fraca e não confiável aos olhos dos outros.
Hoje, sabendo o que vou contar para vocês, vejo a infantilidade e imaturidade desse pensamento. Ser vulnerável é ser corajoso, fazer o que você acredita que é o certo, mesmo que isso signifique sair do que é confortável, abrir mão do que te fizeram acreditar que era a única e melhor opção, é sinal de CORAGEM, e não de covardia. Covardes são aqueles que fingem ser perfeitos, pois isso é, na verdade, um medo gigante de assumir ser humano.
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Quando comecei meu processo intenso de autoconhecimento, entendi que a confiança vem da percepção de honestidade e transparência – e esconder falhas não é honesto. Isso significa que eu compartilho TODAS as minhas fraquezas, dificuldades e inseguranças no trabalho? Não. Mas significa que compartilho parte delas, sou honesta quando estou passando por um momento difícil ou quando não tenho certeza de uma decisão, e peço ajuda dos colaboradores, sócios, e, desde que comecei a fazer isso, os resultados têm sido infinitamente melhores.
Eu sei que, para você, empreendedor, que ainda acha que compartilhar dificuldades é coisa de gente fraca, isso tudo parece conversa furada, mas não é. Quando você guarda tudo para si, mesmo que isso alimente sua visão de que você é forte, na verdade, o que acontece é que você somatiza, e isso afeta tudo na sua vida.
A somatização prejudica não só sua produtividade, mas sua saúde física. Muitas doenças são criadas e causadas por efeitos negativos emocionais, e, quem está doente, seja física ou emocionalmente, além de render menos, também é menos feliz e satisfeito com a própria vida.
Ou seja, o resumo da ópera é: reconhecer suas falhas é importante para trabalhar nelas, para pedir ajuda, fazer as coisas de forma melhor, em conjunto com pessoas que te fortalecem, e para construir e manter uma saúde física e mental.
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Isso não significa que você deve reclamar ou se colocar em uma posição inferior, muito pelo contrário: quem sabe ser vulnerável utiliza a própria fraqueza de forma corajosa, para fortalecer conexões, ter resultados melhores e ser respeitado. É essa a abordagem que eu acredito.
Não crie um personagem que você, erroneamente, acredita ser o “ideal”. Essa postura só irá te prejudicar, acredite. A sua maior força, como empreendedor e pessoa, será de conhecer a si mesmo, suas habilidades e fraquezas, e, a partir disso, tomar decisões melhores e mais eficientes para o todo.
O personagem é uma máscara, e, uma hora ou outra, todas as máscaras caem. Como empreendedor, você tem o papel de ser o exemplo. Exemplo de coragem, honestidade, integridade e comprometimento. O jeito que você se comporta vai afetar o jeito que seus colaboradores, sócios, parceiros de negócios vão se comportar também.
Se você coloca uma máscara para esconder aquilo que é desafiador, não se surpreenda se esconderem coisas da empresa – erros, situações desafiadoras, problemas de convivência ou de comportamento… você está criando a cultura da mentira, e legitimando ela.
Ser perfeito é para os fracos. É para quem fica na arquibancada criticando enquanto os corajosos estão na arena, como bem dito pela Brené Brown. Covardia é continuar numa situação que você sabe que não quer estar, por medo de encarar o novo e o desconhecido. Não se esqueça disso.
Encontro vocês semana que vem! Beijo.
O post Ser vulnerável no trabalho é algo ruim? apareceu primeiro em Forbes Brasil.