O Ibovespa alcançou a marca dos 120 mil pontos, não vista desde o início de agosto, mas gradualmente perdeu força ao longo da sessão. A reversão intensificou-se após o discurso de Jerome Powell, refletindo não apenas nas bolsas, mas também no dólar e nos juros futuros. O presidente do Fed não descartou novas altas dos juros norte-americanos, aumentando as probabilidades para as próximas reuniões. O índice encerrou o pregão desta quinta-feira (9) com leve queda de 0,06%, atingindo 119.104 pontos. O dólar, por sua vez, registrou alta de 0,67%, sendo negociado a R$ 4,93.
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As autoridades adotaram um tom hawkish (postura de combate à inflação por meio do aumento dos juros). A diretora do Fed, Michelle Bowman, manifestou apoio a uma nova alta de juros, enquanto o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, não está convencido de que a inflação esteja em trajetória de queda. Para corroborar, o chair do Fed, Jerome Powell, afirmou não estar confiante de que a política monetária esteja suficientemente rígida. “Se for apropriado apertar ainda mais a política monetária, não hesitaremos em fazê-lo”, disse Powell em uma conferência de pesquisa do Fundo Monetário Internacional.
“A perspectiva de juros mais altos nos EUA se refletiu na valorização do dólar, o que é natural, pois diminui o diferencial entre juros interno e externo, favorecendo o fluxo para o ativo mais seguro”, explicou Alexsandro Nishimura, economista da Nomos.
No cenário nacional, os investidores reagiram aos balanços de grandes empresas brasileiras. O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 8,7 bilhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), um aumento de 4,5% em relação ao mesmo período de 2022. Especialistas observam uma rentabilidade atrativa, mas um crescimento das carteiras abaixo das projeções.
A Minerva (BEEF3) registrou um lucro líquido de R$ 141 milhões no 3º trimestre deste ano, representando uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado percebeu uma melhora na margem Ebtida, mas a forte queda na receita, de 16% na base anual, decepcionou os investidores.
Por fim, a Braskem (BRKM5) recebeu uma proposta de R$ 10,5 bilhões pela participação que a Novonor detém na petroquímica, apresentada pelo grupo Abu Dhabi Adnoc. A oferta equivale a R$ 37,29 por ação, representando um prêmio de mais de 100% sobre o valor de fechamento da ação preferencial da petroquímica brasileira na véspera, que foi de R$ 17,28.
Destaques do pregão
Maiores Altas:
BRKM5: +15,34% a R$ 19,93
SOMA3: +7,06% a R$ 6,22
COGN3: +4,20% a R$ 2,73
GOLL4: +3,10% a R$ 8,32
HAPV3: +2,55% a R$ 4,40
Maiores Baixas:
BEEF3: -12,94% a R$ 6,86
BHIA3: −10,53% a R$ 0,50
RECV3: −5,37% a R$ 19,19
PCAR3: −3,64% a R$ 3,72
BBAS3: −3,81% a R$ 49,70
Exterior
As ações dos EUA caíram, ameaçando a longa série de ganhos em índices Nasdaq (-0,94%) e S&P 500 (-0,78%), devido a rendimentos dos Treasuries em alta e comentários de Jerome Powell. Na Europa, ações subiram com destaque para AstraZeneca e Adyen após resultados sólidos. O índice STOXX 600 encerrou em alta de 0,84%, atingindo 447,80 pontos, o mais alto desde 18 de outubro, enquanto os mercados aguardavam as perspectivas da política monetária do chair do Fed.
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