Como o dono do time de beisebol Texas Rangers amealhou US$ 2,8 bilhões

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Embora os Rangers tenham contribuído para o aumento da riqueza de Davis, a equipe não foi o fator principal que o tornou rico

Quando Ray Davis, um bilionário e proprietário do time de beisebol Texas Rangers, recebeu o primeiro troféu da Série Mundial da equipe após 52 anos de espera, muitos fãs viram-no sorrir pela primeira vez (ou mesmo o viram pela primeira vez). Davis, 81 anos, empresário do setor de energia, raramente interage com a mídia. No entanto, a conquista do título de campeão da liga de beisebol não ocorria desde o início da década de 1970, quando o time se chamava Washington Senators. Por isso, a vitória foi um motivo de celebração para Davis.

O time era considerado azarão quando a temporada regular terminou. No entanto, uma série de eventos surpreendentes em outubro tornou Davis e os Rangers lendários no mundo do beisebol. Participar do campeonato não foi barato. Porém Davis, com um patrimônio estimado pela Forbes em US$ 2,8 bilhões, não hesitou em abrir a carteira. Desde 2013, os Rangers comprometeram mais de US$ 1,3 bilhão em contratos com agentes livres. Nos dois últimos períodos de entressafra, aproximadamente US$ 830 milhões foram investidos, incluindo US$ 325 milhões para o jogador Corey Seager, US$ 175 milhões para Marcus Semien e US$ 185 milhões para Jacob deGrom.

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Para compensar parte desse custo, os Rangers têm visto um rápido aumento em seu valor de mercado desde que o grupo de Davis adquiriu o clube por US$ 593 milhões em 2010. A Forbes estima que a franquia agora vale US$ 2,23 bilhões, e esse valor poderia aumentar ainda mais. Em maio, um dos acionistas minoritários dos Rangers teria considerado vender sua participação de 10% com uma avaliação de US$ 3 bilhões.

Martin Conway, professor do Instituto de Gestão de Esportes da Universidade de Georgetown, que já trabalhou na organização dos Rangers com outros donos disse que o investimento “se tornou extremamente lucrativo para ele. A franquia era subestimada no mundo dos esportes, por muitas razões.”

Embora os Rangers tenham contribuído para o aumento da riqueza de Davis, a equipe não foi o fator principal que o tornou rico. Ele começou a investir em gás natural em 1993 quando, em parceria com Kelcy Warren e Ben H. Cook, adquiriu uma participação majoritária de 37% na empresa de petróleo falida Endevco, que posteriormente foi renomeada como Cornerstone Natural Gas. Eles compraram essa participação por US$ 3 milhões e, três anos depois, venderam para a El Paso por US$ 115 milhões.

Logo depois, Davis e seus parceiros fundaram a Energy Transfer, uma empresa de distribuição de gás natural e gasodutos. Embora a empresa tenha enfrentado desafios iniciais e tenha perdido Cook nos primeiros anos de 2000, ela comprou o gasoduto Oasis em duas transações no valor de cerca de US$ 350 milhões, fundiu-se com a Heritage Propane, que trouxe um influxo de caixa de US$ 300 milhões e comprou gasodutos da TXU (norte de Dallas) e da AEP (Houston) por um total de US$ 1,37 bilhão. Até 2007, quando se afastou das operações diárias, Davis atuou como co-CEO da Energy Transfer ao lado de Warren. Hoje, a Energy Transfer tem um valor de mercado de US$ 41,4 bilhões e lida com cerca de 30% do petróleo dos Estados Unidos por meio de sua infraestrutura. Ray Davis ainda possui um pouco mais de 2% da empresa.

Não muito tempo após se afastar da Energy Transfer, os Rangers foram colocados à venda. O time estava passando por um período de instabilidade financeira sob a propriedade anterior de Tom Hicks, um investidor de private equity, e acabou entrando com um pedido de proteção contra falência em 2010. O beisebol sempre esteve profundamente ligado à vida de Davis. Ele foi jogador no LeTourneau College em Longview, Texas, nos anos 1960, e era um ávido torcedor dos Rangers, frequentando muitos jogos nos anos 1970.

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O bilionário adquiriu os Rangers por US$ 593 milhões em 2010. Sob a nova liderança, o time conquistou a bandeira da Liga Americana nas duas primeiras temporadas, embora tenha perdido na Série Mundial em ambas as vezes. Davis opera nos bastidores. Ele concentra sua atenção em questões financeiras e em assuntos que não estão diretamente relacionados aos jogadores.

Ele confia essas decisões a executivos como Nolan Ryan, Jon Daniels e, atualmente, Chris Young. No entanto, Davis ocasionalmente intervém em questões relevantes. Mesmo sem conquistar a Série Mundial, Davis fez uma transformação significativa na franquia fora do campo. Além de resolver os problemas financeiros dos Rangers, ele mudou a equipe para o Globe Life Field, um estádio de US$ 1,25 bilhão inaugurado em 2020, que faz parte do próspero distrito de entretenimento em Arlington. Este complexo também abriga o AT&T Stadium dos Dallas Cowboys, dois parques de diversões Six Flags, o Museu Nacional da Medalha de Honra e o antigo Estádio Choctaw, que foi convertido em um local versátil para esportes e entretenimento.

Tudo isso faz parte de uma estratégia que Davis delineou em uma rara entrevista ao Dallas Morning News, oito anos atrás. Ele explicou: “Sempre imaginei isso como um ativo de legado. Se quiséssemos, já teríamos negociado muitos de nossos jovens talentos para obtermos sucesso imediato. Mas se olharmos a estrada daqui a dois ou mesmo cinco anos, é aí que se encontra a nossa verdadeira oportunidade.”

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