Com nova clínica, Letícia Nanci completa 25 anos de dermatologia e inovação

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Foto: Victor Affaro

Dra. Letícia Nanci: “A dermatologia é uma paixão. Priorizo cuidar da saúde da pele como um todo, e para isso é necessário investir em tecnologia de ponta”

Com uma trajetória marcada por inovação e excelência na dermatologia, a doutora Letícia Nanci, colunista da Forbes, deu um passo audacioso ao inaugurar uma clínica no Itaim, em São Paulo, coroando seus 25 anos de experiência na área dermatológica, incluindo a atuação como médica do Hospital Sírio-Libanês e membro ativo de entidades de referência, como a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a American Academy of Dermatology (AAD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

A nova clínica reflete o compromisso da médica com a vanguarda da dermatologia e da estética. O local foi projetado para acomodar seu arsenal tecnológico de ponta e proporcionar um ambiente acolhedor aos pacientes. “A tecnologia é uma paixão e, com o crescimento da minha prática, senti a necessidade de um espaço mais amplo para abrigar os equipamentos que utilizo. Afinal, tecnologia exige espaço”, afirma a especialista. “A reforma completa e a mudança para um novo andar no mesmo prédio me permitiram criar um ambiente que alia conforto e excelência no atendimento.”

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A seguir, os principais trechos da entrevista com a doutora Letícia Nanci.

Forbes – O que mudou em sua nova clínica?

Letícia Nanci – Acredito na dermatologia como uma abordagem multidisciplinar, em que cuidar da saúde da pele vem primeiro e vai muito além do que qualquer procedimento estético. Sou defensora de resultados naturais. Mas também sou fascinada por tecnologia, e o antigo espaço estava ficando pequeno para abrigar todos os lasers que preciso utilizar para um rejuvenescimento naturalmente saudável da pele. Procurei um andar no mesmo prédio e reformei inteiro, visando trazer mais conforto aos meus pacientes. O antigo andar continua funcionando como um centro de diagnósticos. Lá temos uma equipe responsável pelo mapeamento corporal digital, onde avaliamos mais detalhadamente as lesões e pintas na pele – é um lugar focado em diagnósticos e tratamentos para câncer de pele. Em 25 anos de experiência como dermatologista, preconizei criar um espaço que oferecesse não apenas tratamentos estéticos, mas um cuidado abrangente para a saúde da pele como um todo.

Divulgação

Nova Clínica Dermatológica Letícia Nanci fica no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo

A clínica oferece outras especialidades médicas?

A clínica adota uma abordagem multidisciplinar. Além dos serviços dermatológicos e estéticos, com os diversos tratamentos faciais, temos um núcleo de tratamentos corporais e um núcleo capilar, em que fazemos o diagnóstico e o tratamento da calvície e outras causas de queda de cabelo. Fui pioneira no Brasil ao trazer a terapia capilar. Valorizamos o atendimento individualizado ao paciente, em que sou responsável pela maior parte dos procedimentos faciais, assegurando qualidade e atendimento personalizado. Recentemente, introduzimos uma área voltada aos tratamentos íntimos para melhora da qualidade de vida da mulher e do homem.

Como foi sua trajetória profissional até aqui?

Sou carioca e me formei na UGF (Universidade Gama Filho), no Rio de Janeiro. Lá, também fiz residência na Santa Casa, com o professor Rubem Azulay. Iniciei minha carreira trabalhando com uma dermatologista enquanto estava na residência. Mudei-me para São Paulo, onde fui sócia em uma clínica e, posteriormente, decidi iniciar carreira solo, inaugurando minha clínica, há sete anos, aqui neste mesmo prédio. Minha trajetória foi marcada por um constante foco na inovação e na tecnologia para garantir tratamentos dermatológicos de alta qualidade, entregando sempre resultados naturais e de melhora da saúde da pele.

Foto: Victor Affaro

Letícia é médica do Hospital Sírio-Libanês e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)

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Você acredita na importância de cuidar da pele de dentro para fora e de fora para dentro. Como equilibrar essa abordagem holística?

A dermatologia é mais do que estética: é uma questão de saúde. Realizo exames detalhados em todos os pacientes, identificando desde doenças inflamatórias até câncer de pele por meio de uma anamnese detalhada e da dermatoscopia, um exame físico minucioso para o diagnóstico mais preciso. Acredito que essa abordagem completa é essencial para oferecer o melhor cuidado possível. Mesmo na área da estética, infelizmente hoje tão banalizada, sempre falo que os tratamentos estéticos entram como complementares de hábitos saudáveis, de uma rotina de cuidados diários, da prática de exercícios físicos e do sono de qualidade.

Como está a procura por tratamentos íntimos?

Tem crescido significativamente. Temos aparelhos para tratar a incontinência urinária e para os cuidados com a saúde íntima das mulheres, como os lasers. Acredito que, assim como na dermatologia em geral, a tecnologia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes nessa área também.

Ainda existe tabu em relação a alguns tratamentos, especialmente os relacionados à saúde íntima das mulheres?

Sim, definitivamente. Acredito que há duas questões em jogo. Primeiro, a falta de informação por parte das pacientes sobre as tecnologias disponíveis. Além disso, o tabu e a vergonha associados a essas questões viram um obstáculo para que as pacientes procurem ajuda. Muitas mulheres ainda têm dificuldade em abordar tópicos relacionados à sexualidade e à saúde íntima.

Muitas mulheres, inclusive as jovens, buscam métodos de rejuvenescimento e aderem a padrões de beleza impostos pela mídia. Qual é a sua opinião sobre esse quadro?

Considero essa tendência perigosa. É preocupante ver pacientes tão jovens, com 20 ou 21 anos, buscando um estereótipo de beleza e procedimentos como Botox como medida preventiva. Esse tipo de abordagem não faz sentido. Eu brinco dizendo que, se paralisar os músculos fosse realmente uma prevenção eficaz, rasgaria meu diploma. A toxina botulínica, na verdade, apenas paralisa ou relaxa os músculos temporariamente, o que não aborda as verdadeiras causas do envelhecimento da pele. É importante lembrar que a estética não pode estar acima da saúde, e todo tratamento proposto deve ser cuidadosamente avaliado por um médico especialista para evitar excessos e complicações.

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Espaço da nova clínica

Qual é a melhor abordagem preventiva em relação ao envelhecimento da pele?

O envelhecimento da pele é influenciado por vários fatores, como genética, hábitos de vida, exposição solar, cuidados com a pele e até mesmo o nível de estresse. Portanto, não se trata apenas de paralisar músculos com toxina ou utilizar injetáveis, mas sim de adotar hábitos saudáveis, manter uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis associados aos tratamentos em consultório. Preconizo a regeneração da pele, usando a tecnologia, para o estímulo de colágeno e de elastina novos e a melhora da qualidade e saúde da pele – o que consequentemente previne o envelhecimento precoce.

Qual é a importância do skincare nesse processo?

Os cuidados com a pele desempenham um papel fundamental na prevenção do envelhecimento. Grande parte do processo de prevenção do envelhecimento envolve o uso de skincare adequado, incluindo o protetor solar. No entanto, é importante lembrar que os cuidados com a pele devem ser orientados por um médico dermatologista especialista para evitar a compra inadequada de produtos.

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Foto: Victor Affaro

“Sou conservadora e criteriosa e, além da avaliação dos estudos científicos, sempre me pergunto se aplicaria determinado tratamento em mim, em minha filha ou em minha mãe”, diz a Dra. Letícia Nanci

Os preenchimentos faciais se popularizaram nos últimos anos. Como vê a questão da durabilidade desses tratamentos?

A durabilidade dos preenchimentos faciais varia dependendo do tipo de produto utilizado. Inicialmente, há 20 anos, acreditava-se que os preenchimentos de ácido hialurônico seriam totalmente absorvidos pelo corpo em um ano ou um ano e meio. No entanto, com o avanço da tecnologia, muitos preenchedores têm maior durabilidade, e muitos deles podem não ser totalmente reabsorvidos. Isso pode levar ao acúmulo de material e até a reações inflamatórias tônicas da pele, com o consequente aumento de volume da face e a mudança do formato do rosto.

É possível remover esses preenchimentos do rosto?

Sim, é possível reverter alguns procedimentos. Para isso, é fundamental um exame prévio, como ultrassom da pele, que mapeia o rosto e identifica os materiais utilizados, a quantidade e a localização dos preenchedores, para então fazermos o plano de remoção. Existem alguns procedimentos capazes de quebrar algumas dessas moléculas, como o ultrassom microfocado e a radiofrequência microagulhada. Além disso, a enzima hialuronidase de uso injetável no local pode ser usada para dissolver o ácido hialurônico.

Como aborda a questão do uso excessivo de procedimentos estéticos?

Essa questão é importante. Acredito que resultados naturais podem ser alcançados ao combinar diferentes técnicas, como lasers, ultrassom microfocado, radiofrequência microagulhada e o uso adequado de injetáveis. A abordagem deve ser criteriosa, sempre iniciando o plano de tratamento com o uso das tecnologias para melhora da pele, realizada por profissionais qualificados e com foco na manutenção da saúde da pele.

Como orienta seus pacientes em relação aos tratamentos estéticos?

Recomendo que façam uma pesquisa completa sobre os médicos e suas especializações. É essencial alinhar suas expectativas com o profissional. Por exemplo, se buscam resultados naturais, é importante escolher um profissional que compartilhe essa abordagem. Sou conservadora e criteriosa e, além da avaliação dos estudos científicos, sempre me pergunto se aplicaria determinado tratamento em mim, em minha filha ou em minha mãe. Priorizo a segurança e a eficácia, usando produtos e técnicas mais consagrados no mercado com comprovação científica.

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Detalhe do novo espaço do instituto dermatológico

Que país está mais avançado em tecnologia estética?

Os Estados Unidos são considerados um centro de excelência, devido às pesquisas e às inovações conduzidas por dermatologistas renomados. No entanto, outros países, como Israel, também desempenham um papel importante na produção de tecnologias estéticas. A pesquisa e o desenvolvimento são cruciais nessa área. É essencial buscar abordagens seguras e eficazes.

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Como é a Letícia quando não está na clínica?

Além da carreira médica, minha vida é voltada para a família. Tenho dois filhos e uma enteada, e a família é minha prioridade máxima. Equilibrar o trabalho na área médica, a gestão administrativa e a maternidade sempre é desafiador e muito recompensador. Às vezes, a Letícia mulher fica um pouco em segundo plano diante das demandas do dia a dia.

O que gosta de fazer nas horas vagas?

Durante a semana, minhas horas vagas são praticamente inexistentes. Tiro uma hora por dia para a prática de exercícios. No restante do tempo, fico envolvida com a rotina dos filhos, com a clínica e com meus estudos. Nos fins de semana, valorizo o tempo que passo com a família e tento encontrar momentos para ver as amigas, ler e assistir a séries. Em resumo, minha vida é uma combinação de dermatologia, família e autogestão constante.

Entrevista publicada na edição 111 da revista, disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.

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