Ford Mustang Mach-E chega por R$ 486 mil e sem medo de chineses ou imposto

  • Post author:
  • Reading time:5 mins read
Foto: divulgação

Com dois motores e quase 500 cv, Mustang Mach-E chega aos 100km/h em menos de 4 segundos

Uma coisa é um Mustang elétrico; outra, bem distinta, é um elétrico que batizaram de Mustang. O primeiro (ainda) não existe e o Mustang prestes a completar 60 anos resiste no corpo de um cupê de duas portas, com motor V8 dianteiro e tração traseira. O segundo é um crossover de quatro portas que carrega um motor em cada eixo e traciona as quatro rodas. Têm apenas o nome em comum.

Veja fotos do Mustang Mach-E:















Pingos nos is, ao Mustang Mach-E: desde a estreia global, em 2021, já foi lançado em cerca de 40 países, conquistou mais de 25 prêmios e é o segundo veículo elétrico mais vendido dos Estados Unidos, segundo a Ford. Desembarca por aqui em versão única, a topo de linha GT Performance AWD Extended Range, por R$ 486 mil.

Esse preço o coloca acima dos chineses, atuais protagonistas entre os veículos eletrificados. Que sequer são considerados como rivais pela Ford. “O consumidor que busca o Mach-E não procura preço. Sabe o que vai acontecer se baixarmos o preço em R$ 50 mil? Nada. Sabe o que vai acontecer se elevarmos o preço em R$ 50 mil? Nada”, avalia Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul.

Para a Ford, o Mustang Mach-E pode concorrer tanto com os esportivos Audi e-tron GT (R$ 769.990), Porsche Taycan 4S (R$ 745 mil) e BMW i4 (R$ 617.950) quanto com os SUVs Volvo XC40 Recharge (R$ 399.950) e BMW iX3 (R$ 500.950).

Importado do México, o Mach-E deve escapar de um aumento de preço após o iminente retorno da cobrança do imposto de importação sobre elétricos. “Esse valor já contempla a volatilidade comum do mercado brasileiro”, explica Golfarb.

Neste momento, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estuda retomar a alíquota de 35% de forma gradual pelos próximos três anos. O alvo é claro: conter um iminente avanço dos carros chineses, sobretudo os que levam o emblema das marcas BYD e GWM, as duas com o maior arsenal para impactar o mercado nacional.

“Dos 31 mil carros importados nesse ano, deixamos de arrecadar R$ 2,2 bilhões com elétricos que não pagaram imposto de importação, sendo R$ 1,1 bilhão de chineses. A China tem um custo de produção muito mais baixo, mais competitivo. Então, o crescimento exponencial deles é sim uma ameaça”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

“No momento, o mercado de elétricos é irrelevante em termos de volume. Mas é extremamente importante pelo aporte de tecnologia. As pessoas estão aprendendo a conviver com carros elétricos e voltar o imposto agora é prematuro”, pondera Golfarb.

Como é

Por GT Performance AWD Extended Range, entende-se a versão que traz dois motores (um em cada eixo, já praxe dos elétricos com tração integral) que somam 487 cv e cavalares 87,7 kgfm de torque, bateria de 91 kWh com autonomia de 379 km (padrão Inmetro; no WLTP são 541 km), suspensão com amortecedores MagneRide, freios Brembo e rodas de 20 polegadas com pneus 245/45.

A lista de equipamentos é igualmente extensa: central multimídia de 15,5 polegadas, faróis full-LED, assistente de estacionamento automático, câmera 360°, freio de estacionamento elétrico, ar-condicionado dual-zone com saída para a segunda fileira, nove airbags, detecção, manutenção e centralização em faixa com alerta de ponto cego; controle de cruzeiro adaptativo com stop and go, frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, assistente de manobras evasivas e reconhecimento de sinais de velocidade.

Quanto ao desempenho, a Ford declara arranque de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e velocidade máxima 200 km/h. Uma aceleração estonteante dessa acompanhada de dois porta-malas – o traseiro de 402 litros e o dianteiro, “frunk”, de 139,5 litros –, e entre-eixos de extensos 2,98 metros acoplam no Mustang Mach-E versatilidade ímpar.

Venda, manutenção e experiências

Qualquer uma das 110 concessionárias da marca pode vendê-lo, mas apenas 50 são aptos a receber o modelo para manutenção, devido aos desafios relacionados a treinamento de profissionais e investimentos em equipamentos específicos.

Nos três anos de garantia, as revisões são gratuitas e sem limite de quilometragem. Bateria, motores e demais componentes de alta voltagem são amparados por oito anos.

Um wallbox portátil de 7kW é fornecido com o carro, e uma parceria entre a Ford e a EZVolt (rede privada de eletropostos com mais de 800 pontos de recarga) dá ao dono de Mach-E um ano (ou 950 kW) de recarga gratuita. Já no aplicativo FordPass o cliente descobre localização e disponibilidade de recarregadores públicos, além de poder agendar e acompanhar o andamento da recarga.

São sete cores: Vermelho Zadar, Azul Estoril, Azul Algarve, Branco Nur, Branco Space, Cinza Torres e Preto Astúrias.

O post Ford Mustang Mach-E chega por R$ 486 mil e sem medo de chineses ou imposto apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Deixe um comentário