Tenho recebido relatos seríssimos de efeitos colaterais inesperados em praticantes do beach tennis – o esporte-febre dos últimos anos que já conta com mais de um milhão de adeptos no país.
Junto ao ganho de massa magra e condicionamento físico, outras consequências também passaram a ser reportadas por homens e mulheres que iniciaram o esporte.
Atenção: melhora do sono, redução do estresse, maior sensação de felicidade, maior disponibilidade para encontrar amigos e até melhora na vida sexual. Se você pretende começar a jogar beach tennis, saiba que pode experimentar algum ou todos esses efeitos. Fica o alerta!
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Brincadeiras à parte, como médico, fico muito satisfeito ao me deparar com relatos como esses – mas nem um pouco surpreso. Afinal, hoje, estamos observando nos praticantes de beach tennis resultados já amplamente conhecidos dos esportes em geral.
Os efeitos de praticar um esporte em grupo, como o beach tennis
Uma análise feita por pesquisadores da Austrália comparando mais de 8,5 mil publicações acadêmicas sobre a prática esportiva concluiu exatamente o que observamos nos consultórios: esportes, especialmente em grupo, melhoram a saúde física, mental e o “bem estar psicológico”, uma série de fatores que inclui autocontrole, habilidades de comunicação e até mesmo senso de pertencimento.
Além disso, embora seja extremamente difícil de isolar em estudos, sabe-se que a prática esportiva tem papel importante no longo prazo – podendo aumentar a expectativa de vida em até 12 anos se combinada a outros fatores (não fumar, por exemplo).
Ou seja, muita coisa boa acontece quando você se junta a amigos ou amigas para jogar bola (ou correr, pedalar, fazer funcional, praticar yoga…).
Motivação coletiva
Talvez você já tenha começado alguma atividade física em busca de resultados no espelho – e, muito provavelmente, ao não vê-los, perdeu o ânimo e desistiu. Sabe por que isso é menos provável de acontecer no beach tennis, ou em qualquer outro esporte em grupo? Justamente por esta última palavra: grupo.
Nós, humanos, somos seres sociais. Nos nutrimos também das interações com o outro e somos motivados, mesmo que inconscientemente, pelas palavras e atitudes de quem está ao nosso redor. Ficamos mais felizes quando alguém fica feliz conosco – e temos menos chances de desistir de um compromisso quando este envolve outras pessoas (nem que seja por vergonha).
Junte a isso a facilidade em começar a jogar (mesmo sem nunca ter praticado), as partidas curtas e dinâmicas e a gostosa sensação de pé na areia – e pronto! Temos aí a fórmula de sucesso do beach tennis.
E a parte sexual? Como fica?
Melhora no desempenho sexual é um benefício conhecido da prática esportiva.
Em primeiro lugar, existe o fator físico. Exercícios que estimulem bastante as atividades cardiovasculares tendem a diminuir as chances de disfunção erétil (homens) e disfunção sexual (mulheres), reduzindo problemas como dificuldade de excitação e aumentando satisfação com orgasmos. E não é preciso ser atleta, ou praticante assíduo de esportes, para começar a se beneficiar.
Homens acima de 45 anos que correm 1h30 por semana ou praticam 3 horas semanais de exercícios de resistência muscular têm 20% menos chances de desenvolver Disfunção Erétil do que seus colegas sedentários, segundo dados de Harvard. Se as corridas semanais somarem 2h30, o risco já cai 30% no comparativo. Mas se ainda assim for difícil, caminhadas de 30 minutos ao dia também já te colocam na direção certa.
Em segundo lugar, como vimos acima, o esporte traz benefícios muito além dos estéticos. E não é segredo que a melhora do humor, do estresse e da disposição geral têm um impacto positivo na saúde sexual. É como eu sempre digo no consultório: nosso corpo é um sistema integrado – não adianta olhar para apenas uma parte dele de cada vez.
Seja o beach tennis, o bom e velho futebol ou qualquer outro esporte que te motive, meu conselho é o mesmo: comece e CONTINUE a praticar. O seu corpo, como um TODO, agradece.
*Eduardo Rauen é cofundador da healthtech Liti Saúde, que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil. É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-Estar.
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