O bullying é um problema que está presente no cotidiano de muitas empresas, caracterizado por atos contínuos e intencionais de violência verbal e virtual, cujo objetivo é desmoralizar, ofender e/ou isolar uma pessoa.
O termo tem origem na palavra inglesa “bully”, que se refere a valentões ou pessoas com comportamento tirânico que usam de intimidação para obter vantagens de indivíduos que não conseguem se defender.
O agressor normalmente adota uma postura de abuso psicológico com o intuito de exercer seu poder e controle sobre os outros, minando sua confiança e impedindo o seu sucesso. Em grande parte, o sentimento que reverbera dentro dele é a sensação de insegurança e inadequação.
O resultado disso é a criação de um ambiente de trabalho hostil e tóxico, que acaba trazendo graves consequências para a saúde mental dos colaboradores, com o desenvolvimento de problemas como depressão e ansiedade.
Mudanças no cenário
De acordo com Danylo Hayakawa, sócio da EXEC, consultoria especializada em recrutamento e desenvolvimento de executivos, a chegada de uma nova geração de colaboradores está impulsionando a mudança de mentalidade em relação a esse tipo de violência.
O especialista explica que “são profissionais que trazem um jeito diferente de ver o mundo, com valores nos quais o bullying não é mais aceito”. Fora que as empresas também estão implantando ações de combate a essas atitudes, contribuindo para uma cultura de inclusão e respeito às pessoas.
“Cada companhia tem uma régua para considerar o que entende como bullying ou não. No entanto, nem todo mundo é obrigado a se adequar a algumas delas que podem ser ofensivas, depende muito da cultura organizacional”, complementa ele.
Como se proteger?
O bullying no ambiente de trabalho é considerado assédio moral pela lei. Por isso, o ato é passível de punição para quem o pratica e até para a empresa. Principalmente quando ela não toma medidas para que a prática seja repudiada.
Para combater esse problema, os líderes devem ser exemplo, sendo um profissional inspirador, acolhedor, com foco em pessoas e valorizar o lado humano dos colaboradores.
Caso um dos colaboradores seja alvo de bullying, o sócio da EXEC recomenda que ele busque ajuda dentro da empresa, seja junto ao departamento de RH ou diretamente com seu gestor — caso ele não seja o agressor.
“É fundamental relatar o problema desde o início. Documentar o abuso com detalhes e deixá-lo aparente para que não haja situações desagradáveis por conta da má interpretação dos fatos. Nessa hora, use os canais que a empresa oferece para relatar a situação”, orienta.
A ajuda de um terapeuta ou conselheiro também é uma estratégia importante que pode ajudar o profissional agredido a lidar com a situação. “Se o problema não for erradicado após todas as tentativas, é hora de considerar a mudança de emprego”, finaliza.