Câncer de ovário: conheça os riscos e os sintomas da doença

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O câncer de ovário é o sétimo mais comum e é a nona causa de morte por câncer em mulheres no mundo. O Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que entre 2023 e 2025 sejam diagnosticados 7.310 novos casos da neoplasia ao ano. 

Quando não tratado em estágio inicial, o câncer de ovário pode evoluir rapidamente e costuma ser assintomático. No entanto, quando existem sinais da doença, são bastante discretos, podendo dificultar o diagnóstico.

“A neoplasia possui uma maior incidência em mulheres acima de 50 anos. Na grande maioria dos casos, não é possível que os fatores de risco sejam identificados previamente, tornando este tipo de câncer agressivo”, diz a Dra. Marcela Bonalumi, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

Tipos de câncer de ovário

Existem cerca de 30 tipos diferentes de câncer de ovário. A médica explica que a maioria dos casos são provenientes de células epiteliais, que revestem o ovário. O restante são tumores de células germinativas e de células estromais, que produzem grande parte dos hormônios femininos. 

Vale lembrar ainda que o câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum em mulheres, ficando atrás somente do câncer de colo de útero. Os três principais grupos da neoplasia são:

Carcinoma epitelial de ovário: Subtipo mais comum, surge a partir do epitélio. O câncer de tuba uterina e o câncer primário do peritônio estão incluídos neste grupo;

Carcinoma de células germinativas de ovário: Origina-se nas células reprodutivas ou germinativas dos ovários, que dão origem aos óvulos;

Carcinoma de células estromais de ovário: Forma-se nas células do tecido conjuntivo.

Há também o carcinoma de pequenas células hipercalcêmico do ovário, que não se enquadra nos três grupos acima e é extremamente raro. Ainda não foi identificado em que tipo de células ele se origina.

Causas da doença

O câncer de ovário não tem uma causa específica, porém existem alguns fatores de risco que podem colaborar para o surgimento da doença, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e endometriose.

De acordo com a médica, mulheres acima dos 50 anos têm mais chances de desenvolver a doença. O câncer de ovário também está relacionado a fatores hormonais, histórico familiar, mutações em genes BRCA1 e BRCA2 e fatores reprodutivos.

Sintomas e sinais

O câncer de ovário é uma doença silenciosa e em seus estágios iniciais não apresenta sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar:

Inchaço no abdômen;

Dor no abdômen;

Dores na região pélvica, nas costas ou nas pernas;

Náuseas;

Indigestão;

Gases;

Funcionamento anormal do intestino (prisão de ventre ou diarreia);

Fadiga constante;

Perda de apetite e de peso sem razão aparente;

Sangramento vaginal anormal, especialmente depois da menopausa;

Aumento na frequência e/ou na urgência de urinar.

Diagnóstico

Infelizmente, até o momento não existe um exame específico que possa detectar o câncer de ovário, assim como o papanicolau para o câncer de colo de útero ou a mamografia para o câncer de mama.

“Os sintomas da neoplasia podem ser facilmente confundidos com outras doenças. Por isso, caso qualquer um deles apareça, é muito importante procurar ajuda médica o mais rápido possível”, alerta Marcela.

A partir disso, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem para identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. 

Tratamento

Apesar do câncer de ovário ser o tumor ginecológico de maior índice de óbito no mundo, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem aumentar. A médica explica que o tratamento vai depender do tipo de estágio do câncer de ovário.

“Além disso, deve-se levar em conta os desejos da paciente, ou seja, se há a vontade de ter filhos. A partir disso, a cirurgia é o principal tratamento, mas pode significar a retirada unilateral ou bilateral dos ovários”, esclarece. 

Por isso, a oncologista aconselha que a decisão sempre seja tomada junto com o médico. “O melhor método é aquele com o objetivo de salvar a vida da paciente, mas sem perder de vista os sonhos futuros. Contudo, devemos realizar uma abordagem personalizada para cada caso, pensando não só nas questões físicas, mas também nas emocionais”, finaliza Marcela.

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