O que levou a 3M a transformar o Brasil em um hub de ESG e inovação?

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Divulgação/3M

“O Brasil será, potencialmente, um braço importante do nosso centro nos EUA porque possui vocação natural para os temas relacionados à reciclagem e materiais renováveis”, comenta Hardy

A 3M anunciou, na última semana, um centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em sua fábrica localizada em Manaus, previsto para ser inaugurado no primeiro trimestre de 2024. O local terá como foco a reciclagem de materiais e o desenvolvimento de matérias-primas de fontes renováveis. A 3M mantém quatro parques fabris no Brasil, três no Estado de São Paulo e um em Manaus.

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Em visita ao país para formalizar o projeto, Cordell Hardy, vice-presidente sênior de operações corporativas de P&D da 3M, explica a escolha da empresa pela Região Norte: “Além da proximidade com os fornecedores de matérias-primas renováveis, contamos com os estímulos e incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento existentes na região, que são um importante mecanismo para fomentar a ciência e tecnologia no país”.

A escolha pelo Brasil não é somente ligada à capacidade estratégica em termos sustentáveis. A história da 3M no país remonta a 1946, quando a primeira fábrica da companhia fora dos Estados Unidos foi aberta em Campinas (SP), sob o nome de “Durex, Lixas e Fitas Adesivas Ltda”. Em 1954, a empresa passou a se chamar 3M do Brasil e inaugurou uma fábrica em Sumaré (SP).

Para Paulo Gandolfi, diretor de operações de P&D e inovação da 3M para a América Latina e presidente do Instituto 3M, esse fato histórico reforça o compromisso que a instituição tem com o desenvolvimento do Brasil e com o crescimento dos negócios da empresa no país. “Temos interesse em buscar profissionais externos em parceria com Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica (ICTs), startups e outras organizações do ecossistema de inovação na região de Manaus para nos ajudar em nossa missão. Nosso foco será buscar especialistas em química, ciência, engenharia de materiais e áreas correlatas, com prévios conhecimentos em reciclagem e em fontes de materiais renováveis da Amazônia”, completa Gandolfi. 

Cooperação global

Segundo dados do Índice do Estado da Ciência 2023 (disponível na galeria abaixo), realizado anualmente desde 2018 pela Ipsos a pedido da 3M, quando o assunto é conscientização ambiental, os brasileiros estão muito mais preparados que o restante do mundo. “O Brasil está mais educado para dialogar sobre impactos ambientais, mas precisamos que o mundo todo tenha esse nível de consciência, pois só com uma regulamentação global e efetiva conseguiremos frear as mudanças climáticas”, comenta Hardy sobre o índice. 

Confira o Índice do Estado da Ciência 2023 e veja o que os brasileiros pensam sobre a relação entre ciência e mudanças climáticas:






Muito além da tecnologia e das receitas

A 3M frequenta há anos os rankings de empresas mais inovadoras do mundo. Em maio de 2023, de acordo com o Boston Consulting Group (BCG), a companhia apareceu entre as 20 mais bem situadas nesse quesito. Para manter esse ritmo, a 3M põe sustentabilidade e pessoas no centro da estratégia.

“Nós usamos inteligência artificial há muitos anos, investimos muito em novas tecnologias e mercados. Mas o que realmente importa são pessoas diversas e capacitadas, elas que trarão novas visões e aprendizados para a empresa. E, claro, manter o planeta vivo, fazendo o que for possível para frear as mudanças climáticas e diminuir nosso impacto ambiental”, comenta o executivo sobre o assunto.

Em 2022, só no Brasil, a 3M atingiu um faturamento bruto de R$ 5,1 bilhões. Para Cordell, no entanto, mais do que a questão monetária, o equilíbrio é fundamental. “Nossa meta é conseguir diminuir a lacuna entre dinheiro e sustentabilidade, com a consciência de que sem um, não dá para fazer o outro. Porque quando o assunto é transformação e inovação, precisamos desses dois pilares caminhando juntos”.

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