Iniciamos mais um Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, tipo de tumor mais incidente nas mulheres no Brasil e no mundo. É mais uma oportunidade para falar da saúde integral feminina.
Neste contexto, gostaria de abordar um tema que gera muitas dúvidas nas pacientes: a correlação entre os cânceres de ovário e mama. Por conta de fatores genéticos, em algumas situações, pode haver um aumento da predisposição ao desenvolvimento desses tumores.
A mutação BRCA1 aumenta o risco de ter câncer de ovário em cerca de 45%, e o de mama em até 80%. Já as mutações BRCA2 e PALB2 elevam em 15% o risco para o tumor de ovário.
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No entanto, segundo o conhecimento disponível atualmente, existem outras mutações associadas ao tumor de mama, mas que não estão correlacionadas com o de ovário. É possível, com a evolução dos estudos, que sejam descobertas novas mutações que estabeleçam esta correlação.
Os testes genéticos são ferramentas importantes para entender o contexto familiar da doença. Os exames auxiliam, também, na definição do tratamento da paciente, já que existem medicações específicas para determinadas mutações.
Neste ponto, temos evoluído bastante no desenvolvimento de novas drogas, que estão garantindo melhor sobrevida às pacientes com estes diagnósticos.n
Para quem o teste genético é recomendado?
Esses exames são indicados em algumas situações específicas:
– Pacientes com câncer de mama e história familiar que chame atenção, com tumor em idade precoce;
– Mulheres com diagnóstico de mama com menos de 45 anos;
– Mulheres com câncer de mama triplo negativo com menos de 60 anos, que está bastante associado ao BRCA1;
– Caso de câncer de ovário na família.
Os resultados vão ajudar na adoção da melhor estratégia terapêutica e evitar casos graves de câncer. Porém, a medida mais importante é a conversa com seu médico para entender sobre prevenção, fatores de risco e opções de medidas que podem ser tomadas para evitar o desenvolvimento do câncer, baseadas nestas informações.
Esta decisão sempre deve levar em conta o bem-estar da paciente, seu histórico e contexto familiar. A mulher precisa ser parte ativa e consciente de seu tratamento, recebendo sempre suporte para que suas vontades e escolhas sejam respeitadas.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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