Nos últimos dois anos, o mundo viveu grandes transformações. As empresas precisaram se adaptar a novas formas de trabalho; as marcas tiveram que reaprender a se comunicar com seus clientes; e todos nós vivemos uma mudança inédita nas relações humanas. Uma nova realidade impulsionada pelas tecnologias digitais e impactada por mudanças econômicas e sociais surgiu, tendo como características principais o que eu chamo de tripé dos 3Hs: um modelo híbrido, hiperconectado e, sobretudo, mais humano.
Algumas pesquisas recentes da IBM apontaram a necessidade atual de se haver uma sinergia cada vez maior entre a tecnologia e as relações humanas. Em termos de tecnologia, os CEOs brasileiros sinalizaram que cloud, inteligência artificial e automação são prioridades para trazer resultados importantes nos próximos anos. E, atualmente, apenas 5% dos executivos relatam usar uma única nuvem. O híbrido é o novo normal das empresas, não apenas na arquitetura de nuvem, mas também no modelo de trabalho. 62% dos CEOs latino-americanos indicaram que a capacitação de uma força de trabalho remota se tornou essencial desde o ano passado. Com um detalhe: 40% dos líderes de negócios no Brasil passaram a priorizar o bem-estar dos funcionários neste momento.
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Neste novo cenário, alguns alicerces ficam inerentes: o nível de prontidão e maturidade tecnológica das empresas, associado a uma transformação cultural irreversível, ditam uma jornada de reinvenção digital única. E, enquanto as empresas buscam a melhor forma de atuar no formato híbrido e hiperconectado, o ser humano sustenta toda a base do pilar da transformação digital composto por cultura, processos e tecnologia.
No dia a dia da vida corporativa isso se traduz numa liderança mais empática, que promove a inclusão e a colaboração; na maior priorização da segurança e confiança dos sistemas tecnológicos; e na simplificação de processos que buscam facilitar interações híbridas e ágeis. Também se tornou mais evidente a importância de incluirmos na agenda de negócios temas como sustentabilidade, educação e democratização das oportunidades, para que as mudanças tragam benefícios positivos e sistêmicos na sociedade.
Apesar dos desafios impostos pelo enorme impacto dos últimos meses, é animador ver a capacidade humana tomando protagonismo neste século digital. E foi incrível ver grandes empresas trocando experiências e debatendo sobre isso no Change Experience 2021, um dos principais fóruns de tecnologia do País, realizado no último dia 18 de novembro. Nesse século digital, à medida que os negócios se tornam mais híbridos e hiperconetados, o que vemos também é que tendem a ser cada vez mais humanos. Essa discussão abre as portas para uma indagação importante sobre os novos caminhos da imensa transformação que o mundo está passando: a principal peça da digitalização mudou?
Com mais de 20 anos de experiência como profissional nas áreas de Marketing e Transformação Digital, Marcelo Trevisani é Chief Marketing Officer (CMO) da IBM Brasil.
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