Uma semana depois de a Volvo anunciar que o EX30 custará entre R$ 219.950 e R$ 279.950, a Renault lança o Megane E-Tech por R$ 279.900. O sueco é SUV, o francês é hatch, mas pelo porte, estilo e potência semelhantes inevitavelmente serão confrontados.
Veja fotos do Megane E-Tech, terceiro elétrico da Renault no Brasil:
Estreantes chineses – como BYD Yuan Plus (R$ 269.990), Seres 3 (R$ 239.900) e Haval H6 (R$ 269 mil), este híbrido plugável – também prometem incomodar.
Todos desejam principalmente o cliente do Jeep Compass, que soma mais de 40 mil unidades emplacadas no acumulado do ano e é o quarto SUV mais vendido, atrás somente dos compactos.
O cortejo direcionado aos early adopters, novo nome dado pelos gênios do marketing aos primeiros consumidores que compram um produto recém-lançado, é obvio: pelo mesmo preço de um modelo a combustão já possível estacionar um elétrico na garagem.
Cinco dias após a abertura da pré-venda do EX30 no Brasil, a Volvo registou mais de mil pedidos pelo seu elétrico de entrada. A Renault importou 220 unidades do Megane E-Tech e avisou que há mais cem a caminho.
Nesse meio-tempo, a empresa sueca ainda anunciou um novo investimento de R$ 50 milhões para mais 73 pontos de recarga, receptíveis não apenas a modelos da marca.
Renaulution
Vendido no Brasil até 2012 como um sedã médio, o Megane volta agora baseado na plataforma CMF-EV e apresenta ao mundo a (atraente) linha de design que será adotada nos próximos carros da empresa, batizada de “Sensual Tech”. Na Europa já contabiliza mais de 60 mil emplacamentos. Do anterior só ficou o nome.
É o primeiro exemplar da fase “Renaulution”, o plano mundial de reestruturação da Renault anunciado no início de 2021 que prevê 14 novos modelos, sete deles elétricos, até 2025. A partir daí o modelo de negócio será guiado por tecnologia, mobilidade e energia, explica a empresa.
Mas é o terceiro carro elétrico da Renault no Brasil, excluindo o utilitário Kangoo.
Primeiro veio o Zoe, anunciado no Salão do Automóvel de 2018 por R$ 149.990. Ainda desacostumado em plugar a bateria de um carro na tomada, o consumidor se recusou a desembolsar tanto dinheiro num modelo popular em termos de dimensões, acabamento, desempenho, equipamentos e status.
Na sequência, o mesmo Zoe – agora mais refinado e potente – foi relançado por preços que chegavam a R$ 219.990 na topo de linha Intense. Em setembro do ano passado foi a vez do Kwid E-Tech.
O Megane E-Tech também estreia o logotipo “Nouvel’R” no Brasil ao substituir o Zoe (que acaba de sair de linha) como único autêntico Renault no mercado nacional, pois Sandero, Logan, Captur e Duster são modelos da romena Dacia com o símbolo da fabricante francesa.
Com 4,2 metros de comprimento, 2,68 m de entre-eixos e porta-malas de 440 litros, o novo Megane é acolhedor. O motor elétrico gera 220 cv e 30,6 kgfm de torque e na cabine os acabamentos (que combinam couro sintético, material têxtil 100% reciclado e até Alcântara) são de ótima qualidade. Abundam soluções criativas de aproveitamento de espaço, o que inclui um porta-garrafas de 2 litros.
A lista de equipamentos inclui painel digital de 12,3 polegadas, frenagem automática de emergência em marcha a ré e até um sistema sonoro de alerta aos pedestres desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisa e Coordenação de Acústica e Música de Paris, cuja intensidade pode ser configurável.
Em resumo: o Megane E-Tech é ótimo; o problema são os outros.
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