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Cenários
Mais uma vez, o movimento dos mercados será definido pelo que ocorrer no exterior. Nesta manhã, o Banco Central Europeu (BCE) deverá definir os juros para setembro. As projeções são de que a mais importante das três taxas do BCE, a taxa de depósitos, seguirá em 3,75% ao ano ou se chegará aos 4,00% ao ano, nível mais alto desde a criação do euro, em 1999.
Nos últimos dois anos o BCE vem realizando um movimento semelhante ao do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Durante muito tempo, entre junho de 2014 e setembro de 2019, a autoridade monetária europeia vinha praticando juros negativos, muito antes da pandemia do coronavírus.
Os juros na Zona do Euro ficaram a zero (ou menos de zero) por exatos dez anos, de julho de 2012 a julho de 2022. Nesse momento, o BCE começou o processo de elevação das taxas. A elevação foi contínua até a reunião mais recente, realizada em 2 de agosto deste ano, que levou os juros para os atuais 3,75% ao ano.
Deste lado do Atlântico, será divulgada nesta manhã a inflação no atacado nos Estados Unidos, medida pelo Producer Price Index (PPI). A estimativa é de uma aceleração do PPI de agosto para 0,4% ante os 0,3% de julho, o que elevaria a taxa acumulada em 12 meses para 1,2%, ante os 0,8% acumulados nos 12 meses até julho.
No entanto, a expectativa é que o núcleo do PPI, que exclui os preços mais voláteis de %alimentos e de energia, desacelere. A projeção para agosto é de 0,2% ante 0,3% e julho, e a taxa acumulada em 12 meses pode recuar para 2,2%, ante os 2,4% acumulados nos 12 meses até julho.
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Perspectivas
A decisão do BCE pode marcar a interrupção da alta de juros na Europa, apesar de o dilema enfrentado por Christine Lagarde, presidente do banco central europeu, seja semelhante ao de Jerome Powell, seu colega à frente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Não há um consenso no mercado sobre uma pausa no aperto da política monetária na Europa. A inflação na zona euro pode permanecer acima de 3% em 2024, superando as metas.
As perspectivas ainda são muito incertas. Foi isso que Lagarde sublinhou na conferência do Fed em Jackson Hole em agosto. “Nos últimos anos assistimos a numerosos choques que causaram efeitos duradouros no sistema económico e na transmissão da política monetária”, disse ela. “Temos que formar uma visão do futuro e agir de forma voltada para o futuro, mas só compreenderemos verdadeiramente os efeitos de nossas decisões após os fatos.”
No caso da inflação americana, o PPI poderá reduzir a incerteza no mercado. Na quarta-feira (13) foi divulgado o Consumer Price Index (CPI) de agosto. Considerando-se a variação acumulada em 12 meses, a inflação medida pelo índice “cheio” acelerou para 3,7% ante os 3,2% nos 12 meses até julho. O resultado foi levemente acima das projeções, que eram de 3,6%. Porém, considerando-se o “núcleo” do índice, que exclui os preços mais voláteis de alimentos e de energia, a inflação caiu. Confirmou as expectativas e variou 4,3%, abaixo dos 4,7% nos 12 meses até julho.
Complicou? Explicando: a conta da inflação que inclui o petróleo subiu. Porém, o petróleo está em alta devido às restrições à produção da Rússia e da Arábia Saudita. Já a conta da inflação que não inclui o petróleo confirmou as expectativas e caiu. Qual conta é mais importante para a economia? Difícil dizer. Pode ser que o PPI ajude a resolver essa dúvida, tornando mais previsível a reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano, marcada para 19 e 20 de setembro.
Indicadores
Brasil
Pesquisa mensal de serviços (jul)
Esperado: ND
Anterior: +0,2%
Pesquisa mensal de serviços (12m)
Esperado: ND
Anterior: +4,1%
Estados Unidos
Inflação ao produtor (ago)
Esperado: 0,4%
Anterior: 0,3%
Inflação ao produtor (12m)
Esperado: 1,2%
Anterior: 0,8%
Núcleo da inflação ao produtor (ago)
Esperado: 0,2%
Anterior: 0,3%
Núcleo da inflação ao produtor (12m)
Esperado: 2,2%
Anterior: 2,4%
Pedidos iniciais de seguro-desemprego
Esperado: 225 mil
Anterior: 216 mil
O post Pré-mercado: juros na Europa e (mais) inflação nos EUA apareceu primeiro em Forbes Brasil.