Coco Gauff ganha US$ 3 milhões com vitória no US Open aos 19 anos

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Frey/Getty Images

“Obrigada aos que nunca acreditaram em mim”, disse Coco Gauff em seu discurso de vitória do US Open

Coco Gauff foi comparada a Serena Williams antes mesmo de começar a jogar tênis profissionalmente e, assim como as empresas fizeram com Williams, uma longa lista de marcas acompanhou com grande interesse seu desenvolvimento como um potencial no tênis e no marketing esportivo. Com uma vitória de virada sobre a atual número 1 do mundo, Aryna Sabalenka, na final individual feminina do US Open no último sábado (9), o momento de Gauff, de 19 anos, finalmente chegou.

Seu primeiro título de Grand Slam tem como prêmio um cheque de US$ 3 milhões (R$ 14,8 milhões). Com isso, ela recebeu US$ 5,6 milhões em prêmios de torneios só neste ano e US$ 11,1 milhões (R$ 54,79 milhões) ao longo de seus cinco anos de carreira profissional. Gauff também ganhou cerca de US$ 12 milhões (R$ 59,23 milhões) com patrocínios, participações em eventos e outras parcerias comerciais nos últimos 12 meses – valor calculado antes da dedução de impostos e do pagamento dos agentes. Embora ela já esteja em 7º lugar na lista da Forbes dos tenistas mais bem pagos, seus rendimentos certamente vão disparar em um futuro muito próximo.

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Até o momento, as empresas assistiram à prodígio norte-americana alcançar o topo do ranking mundial da categoria júnior aos 14 anos e ganhar seu primeiro título em um torneio profissional um ano depois. Eles aplaudiram sua emocionante vitória sobre Venus Williams em Wimbledon em 2019 e, nesta temporada, ficaram maravilhados com seus resultados nos jogos em Washington e Cincinnati do torneio da WTA (Women’s Tennis Association).

Enquanto isso, seus representantes na agência Team8 e seus pais – o pai Corey, que foi seu treinador, e a mãe Candi, que cuida da sua educação em casa – pediram paciência das empresas. Recusando inúmeras oportunidades de contratos comerciais e de entrevistas, eles reduziram as obrigações para que Gauff pudesse se concentrar em seu tênis, em desenvolver-se como uma jovem adulta e evitar o esgotamento que destruiu fenômenos do passado. Essa filosofia também manteve a sua carteira de patrocinadores relativamente pequena para que pudesse ser ampliada no momento certo –  como após uma vitória decisiva.

O potencial de Coco Gauff fora das quadras

“Se você for capaz de vencer um Grand Slam, isso certamente te valorizará muito como um potencial tenista a ser patrocinado”, disse Joe Favorito, consultor sênior de marketing e ex-executivo do torneio WTA e da Associação de Tênis dos EUA, à Forbes.

Pegue como exemplo a britânica Emma Raducanu, que ganhou milhões em marketing e patrocínios ao vencer o US Open de 2021 aos 18 anos. Essa enxurrada de acordos, incluindo Dior, HSBC e Porsche, fez com que ela ganhasse cerca de US$ 15 milhões (R$ 74 milhões) fora das quadras naquele ano. Gauff, por outro lado, entrou no US Open 2023 como a 6ª melhor do mundo em tênis individual e subiu para a 3ª nesta segunda-feira (11). Ela também ficou empatada em 1º lugar no novo ranking de duplas da WTA.

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“Vencer é, antes de tudo, o fator mais importante no marketing do tênis”, diz Alessandro Barel Di Sant Albano, agente de Gauff na agência Team8, e um salto na classificação mundial ou um título de Grand Slam pode gerar ainda mais bônus financeiro dos patrocinadores. Mas Gauff tem mais a seu favor do que apenas seus resultados dentro de quadra.

A norte-americana Gauff representa um país com uma economia forte e uma longa tradição no tênis, o que lhe oferece uma gama maior de patrocinadores à sua disposição. Os profissionais de marketing estão procurando ansiosamente a próxima estrela do tênis feminino para preencher o vazio deixado pela aposentadoria de Serena Williams no ano passado. “As empresas estão gastando de forma igual, ou chegando à igualdade, no patrocínio de atletas homens e mulheres”, diz diz Lisa Delpy Neirotti, professora de gestão esportiva na Universidade George Washington, lembrando que o US Open comemora em 2023 50 anos de prêmios igualitários para homens e mulheres e comemorando o esporte feminino em ascensão.

“Os atletas estão tentando se tornar cada vez mais acessíveis aos seus fãs”, disse o agente da Team8 à Forbes sobre a personalidade humorada de Gauff. “Essa capacidade de fazer o público se identificar é tão natural para Coco”.

O portfólio de patrocinadores de Gauff

Além de parcerias com a New Balance, a marca de raquetes Head, a Microsoft e a Rolex, Gauff tem atualmente contratos de longo prazo com outras marcas como a fabricante italiana de alimentos Barilla, a empresa de auditoria Baker Tilly, a marca de caixas de som Bose e a transportadora UPS. Mas ela ainda tem muitos setores nos quais poderia conseguir patrocínios.

“O objetivo agora é encontrar grandes parceiros estratégicos que façam sentido para a trajetória de Coco”, diz Barel Di Sant Albano, citando como exemplo o acordo da tenista com a Barilla. “Coco adora macarrão – ela come macarrão antes do jogo em todas as refeições. E parecia algo que poderia ser uma opção mais orgânica para a jovem, em vez de, por exemplo, uma empresa de software para negócios.”

Aqui, novamente, Gauff pode olhar para Serena Williams como uma referência. A lenda de 41 anos, que venceu seu primeiro Grand Slam há 24 anos no US Open, ganhou mais de US$ 340 milhões (R$ 1,68 bilhões) fora das quadras e agora está entre as mulheres self-made mais ricas dos EUA com um patrimônio líquido de US$ 290 milhões (R$ 1,43 bilhões), de acordo com os números da Forbes.

Mas Gauff estará construindo seu próprio caminho. “É definitivamente um elogio, para Coco, ser comparada a Serena, porque obviamente a lenda abriu portas para que muitas jovens sonhassem grande no tênis. Mas Coco quer deixar uma marca do seu jeito, como Coco”, diz o agente.

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* Brett Knight é editor sênior da Forbes USA. Ele escreve sobre o universo de negócios do esporte.

(Traduzido e adaptado por Gabriela Guido)

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