Tyson Foods começa a transportar alimentos em caminhões autônomos

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Gatik/Divulgação

Caminhões de entrega autônomos produzidos pela Gatik começam a ser utilizados pela Tyson Foods

Um dos maiores produtores de alimentos do mundo está dando a primeira mordida nas entregas sem motorista. A partir desta semana, a Tyson Foods começará a movimentar estoque de uma de suas instalações de processamento para instalações de armazenamento refrigerado e centros de distribuição no noroeste do estado do Arkansas, nos EUA, em caminhões refrigerados autônomos operados pela Gatik AI Inc, com sede em Mountain View, Califórnia. O anúncio foi feito na quarta-feira (6).

Para a gigante alimentícia sediada em Springdale, no Arkansas, meio oeste americano, os caminhões-robô Gatik menores são mais apropriados para as chamadas entregas de meia milha (ou entregas rápidas) e liberam caminhões e motoristas maiores na frota privada da empresa para viagens mais longas e cargas maiores, de acordo com Patrick Simmons, vice-presidente de logística da Tyson Foods. A empresa é uma das maiores processadoras de carne bovina, suína e de frango, além de alimentos preparados, do mundo, competindo em importância com outras gigantes do setor, entre elas a brasileira JBS.

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Inicialmente, a Tyson operará uma frota de caminhões Gatik autônomos 18 horas por dia em rotas de aproximadamente 19 quilômetros nas cidades de Rogers e Springdale, no estado. No entanto, Simmons diz que a empresa identificou 40 locais nos EUA onde operar robotrucks Gatik funcionaria bem durante a semana, liberando 40 motoristas que normalmente trabalham 11 horas por dia. O resultado? Uma economia significativa de custos com cada caminhão autônomo.

“Quando começamos a analisar os autônomos, acreditamos que no terceiro ano, um único caminhão pode economizar cerca de US$ 500 mil (R$ 2,4 milhões na cotação atual) do total que ele nos custaria de outra forma”, disse Simmons. “Se você observar as economias, isso é apenas a linha de base dos custos. Então, como fazemos isso hoje, uma vez que não usamos o Gatik para rotas curtas – a frota normal precisa repassar 700 cargas por ano, que agora o driver será o responsável pela execução. Isso nos economiza quase outros US$ 500 mil do que pagaríamos a uma transportadora terceirizada para fazer o mesmo tipo de trabalho.”

TyssonFoods/Divulação

Simmons, da Tysson Foods, diz que uso de autônomos deve aumentar

A Gatik viu seu negócio crescer nos últimos anos, atendendo às principais cadeias de varejo e alimentos, como Walmart, Kroger e Loblaw, juntamente com outras empresas, como Pitney Bowes, Georgia-Pacific e KBX. O CEO e cofundador da Gatik, Gautam Narang, diz que os negócios estão crescendo em grande parte como forma de lidar com a escassez de caminhoneiros, que começou antes mesmo da pandemia de Covid-19 exacerbar a situação.

“A falta de motoristas é da classe, da categoria CDL ( Commercial Driver’s License, que opera veículos grandes). O número mais recente, acredito, é de mais de 80 mil registros de condução abertos e espera-se que cresça para cerca de 160 mil até o final da década”, disse Narang. “Portanto, sempre que possível, nossos clientes estão se afastando dos titulares de licença CDL e é aí que podemos entrar e aumentar parte dessa pressão, procurando oportunidades onde possamos substituir e interromper as rotas de transporte rodoviário de classe oito (que não trafegam em áreas urbanas).”

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O acordo plurianual com a Tyson representa uma evolução nos negócios para Gatik. Anteriormente, ela operava principalmente caminhões em rotas curtas. Começando pela Tyson, esta será a primeira vez que a Gatik passará para caminhões classe 7, que podem transportar cargas maiores e percorrer rotas mais longas que aquelas até agora feitas pela empresa de caminhões autônomos.

“Quando iniciamos a empresa em 2017, fazíamos entregas ponto a ponto muito simples para rotas com menos de 16 quilômetros. Com o tempo, aumentamos a complexidade das redes que automatizamos”, explicou Narang. “Então não é mais ponto a ponto. São vários locais de coleta, vários pontos de entrega. Aumentamos os planos de viagem. Agora, em toda a nossa rede, abordamos até 300 mil planos de viagem.” A Gatik não entrou por acaso para concorrer ao lucrativo negócio da Tyson. Simmons revelou que a Gatik estava entre as cinco analisadas e a escolha da empresa de tecnologia se deu, em parte, porque já estava familiarizado com seu histórico no Walmart, mas também por causa de seu histórico de segurança.

Gatik/Divulgação

Para Gautam Narang, CEO e co-fundador da Gatik, negócios com autônomos são promissores

“A apresentação que nos fizeram foi o melhor histórico em segurança. Eu diria que é inigualável, em todas as empresas de transporte rodoviário com as quais trabalhei, durante todo o meu tempo em logística e cadeia de suprimentos, por isso decidimos trabalhar com ela para aproveitar as vantagens da nova tecnologia”, disse Simmons.

Alimentado pela combinação da segurança, tecnologia e potencial da Gatik para proporcionar economia de custos, o executivo indicou que as chances são muito fortes de que o relacionamento entre a Tyson Foods e o operador de caminhão autônomo cresça ainda mais.

* Ed Garsten é colaborador da Forbes EUA. Já foi chefe do escritório da CNN Detroit, passou pela Associated Press, foi redator da General Motors no Detroit News e repórter no Automotive News (tradução: ForbesAgro)

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