O Ibovespa fechou hoje (19) em alta de 0,59%, a 103.035 pontos, impulsionado por ações que se recuperaram de quedas recentes. Esse foi o caso da Vale, que registrou ganhos de 2,73% na esteira da alta dos preços do minério de ferro no exterior e de notícias positivas do setor imobiliário da China. Na semana, no entanto, o índice acumulou queda de 3%.
“O índice chegou a flertar com o precipício durante a semana, quando operou no patamar dos 102 mil pontos, muito próximo do suporte apontado pelos analistas como um divisor de águas e a última linha de defesa dos compradores para tentar alguma reação do mercado”, diz Alexsandro Nishimura, sócio da BRA, em retrospectiva da semana.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no TelegramNo radar dos investidores, permanecem as discussões sobre a PEC (proposta de emenda constitucional) dos Precatórios, que, após aprovação na Câmara dos Deputados, avança ao Senado, onde deve enfrentar mais dificuldades. Fernando Bezerra, líder do governo e relator da PEC na Casa, disse que o Planalto está aberto a modificar pontos da proposta para agilizar a aprovação.
CSN (CSNA3), Telefônica Brasil (VIVT3) e Tim (TIMS3) estão entre os destaques positivos de hoje, com altas de 7,98%, 6,81% e 5,15%, respectivamente. As ações das empresas de telecomunicações se valorizaram após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) reduzir o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do setor em Santa Catarina.
Em Wall Street, os índices fecharam em queda. O Dow Jones caiu 0,75%, a 35.601 pontos, e o S&P 500 recuou 0,14%, a 4.697 pontos. O Nasdaq, no entanto, avançou 0,40%, a 16.057 pontos, ficando acima da faixa de 16 mil pontos pela primeira vez, seu segundo recorde consecutivo.
Temores sobre novas medidas sanitárias para conter a disseminação da Covid-19 na Europa abalaram os mercados hoje. A Áustria anunciou um lockdown nacional de 20 dias, e o governo da Alemanha afirmou que poderá apostar em um caminho semelhante. As notícias afetaram ações dos setores bancário, de energia e de companhias aéreas.
Formuladores de política monetária do Federal Reserve, o banco central norte-americano, passaram a considerar publicamente a possibilidade de pôr fim à política de estímulos mais cedo do que haviam sinalizado. Richard Clarida, vice-chair do Fed, demandou hoje uma redução mais rápida das compras de títulos e sinalizou que gostaria de discutir esse tema na próxima reunião do órgão.
O dólar fechou em alta de 0,70%, negociado a R$ 5,6080 na venda, puxado pela força da moeda no exterior em meio a discussões sobre uma eventual antecipação do fim da atual política monetária. Há no mercado ampla visão de que a redução das compras de ativos pelo Fed seria seguida por um aumento da taxa de juros do país, um movimento que valorizaria o dólar.
“Acreditava-se que o dólar ia fazer um movimento de correção da alta da semana, após três pregões positivos, mas hoje acabou sendo uma sessão mais volátil que o normal”, diz Rafael Panoko, analista-chefe da Toro Investimentos. A moeda acumulou alta de 2,8% na semana. (Com Reuters)
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