“O objetivo é mudar o mundo”. A frase do médico Paulo Chapchap, ex-diretor geral do hospital Sírio-Libanês, mostra o tamanho da ambição de seu novo projeto. Junto com Lourenço Bustani e Victor Cremasco, sócios da consultoria Mandalah, o trio está à frente da Mandalah Liderança, um novo braço focado nos homens e mulheres que tomam as grandes decisões.
O objetivo pode ser “Mudar o mundo”, mas, como trata de explicar Bustani, a Mandalah Liderança vai atuar para que as pessoas mudem e, como consequência, gerem um impacto positivo na sociedade. “A mudança que eu posso fazer está na minha esfera de influência. Se a partir dessa busca individual eu puder inspirar outras pessoas para essa mudança interior, aí sim conseguirei massa crítica para ir mudando os sistemas”, explica o experiente consultor, com 15 anos de atuação à frente da Mandalah.
Enquanto a Mandalah foca em cultura organizacional, com clientes como Vivo, Gerdau, C&A, o novo negócio mira em quem toma a decisão, com uma abordagem que une saúde às práticas de liderança e governança.
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A pandemia, na visão do trio, potencializou as grandes questões que pressionam executivos, políticos e empresários mundo afora: stress, pressão, solidão. “Sempre existiu uma cobrança em parecer forte para tomar as melhores decisões. Mas a pandemia reconectou as pessoas com a vulnerabilidade”, diz Cremasco. “Os líderes passaram a entender mais a fragilidade, a se abrirem mais, a se mostrarem mais sensíveis. A Mandalah Liderança é o vento que entra por essa porta”.
O trio se conheceu em consultoria para o hospital Sírio-Libanês, e começou aos poucos a ter projetos em conjunto em clientes como a Vivo. Chapchap deixou recentemente a presidência do hospital e hoje se dedica, além da atuação como médico, a conselhos como o da rede de laboratórios Dasa e da Organização Todos Pela Saúde. Colocar a saúde como parte essencial na gestão da liderança é um caminho sem volta, segundo ele.
“É possível construir uma liderança diferente, que resgate a consciência coletiva. Nossa ideia é criar ambientes favoráveis para os líderes nutrirem melhores relações consigo e com um ecossistema mais amplo”, afirma.
Chapchap está acostumado a gerenciar times em ambiente de alta pressão em transplantes, e levará sua visão para os projetos. Cremasco, por sua vez, além de consultor em inovação, é músico e compositor; Bustani, além de consultor, tem histórico em ciência política e coordenação de campanhas eleitorais. “Somos complementares e entendemos a liderança como um lugar de diversidade. Precisamos de líderes com repertórios mais amplos, que naveguem por diferentes disciplinas”, afirma Cremasco.
O novo negócio, afirma Bustani, é um sinal da evolução do mercado desde que a Mandalah trouxe ao país discussões que hoje estão dentro da agenda ESG (sigla para ambiental, social e governança, em inglês). “Éramos muito marginais e hoje os temas que tratamos estão sendo discutidos nos conselhos e no mercado de capitais”, diz.
A Mandalah Liderança terá diferentes atuações, e a ideia é que o negócio fique pequeno, ao estilo butique, atendendo líderes de diferentes campos de atuação. Pode atender clientes individuais, mas também reunir pequenos grupos para discussões, e também deve criar uma plataforma de conteúdo sobre liderança. Sempre com o objetivo de fornecer ferramentas para que os líderes causem impacto positivo na sociedade.
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