O cenário era pura estética. No palco da Casa Cor Rio de Janeiro, no Instituto Brando Barbosa, a atriz Marina Ruy Barbosa apresentava a nova coleção de sua marca Ginger, batizada de “Nós”. Após o desfile, surgiu aquele que é candidato a carro mais belo da história da Audi: o novo Q8 e-tron.
Veja galeria de fotos do Audi Q8 e-tron:
Nada mais adequado que um ambiente de design, combinando elementos contemporâneos, futuristas e um pouquinho de história, para a estreia de uma joia da estética automotiva, o Q8 e-tron. O modelo é um criador de tendências na gama Audi, pois mostra tudo aquilo que a marca assinala como seu futuro – um futuro que se aproxima a toda velocidade.
Assim como a Casa Cor, a mais badalada mostra nacional das tendências de design de interiores e decoração. Porém, a feira, que abriu as portas em 15 de agosto e prossegue até 15 de outubro, traz elementos do passado, a começar pela escolha do local. O epicentro do Instituto Brando Barbosa, no Jardim Botânico, é um histórico palacete dos anos 50 com detalhes de arquitetura barroca e arte sacra.
O Q8 e-tron também usa a história para ler o futuro. O modelo promove a estreia do novo logotipo da Audi. As tradicionais quatro argolas estão lá, mas não mais pronunciadas. Agora, em leitura contemporânea, usam material bidimensional acoplado à grade.
A festa de lançamento do novo Q8 e-tron, realizada junto com o desfile de Marina Ruy Barbosa na última quarta-feira (9), atraiu grandes nomes da TV e da cultura brasileira ao lounge da Audi na Casa Cor – a marca é uma das patrocinadoras do evento. A biodiversidade é o foco da coleção “Nós”, assim como a sustentabilidade é a do Q8 e-tron, modelo 100% elétrico.
Produto conhecido de nome e roupa nova
Mas, afinal, quem é o Q8 e-tron? O pensamento óbvio é imaginar que se trata de uma inédita versão elétrica do Q8. Mas o produto não é bem isso. Na verdade, nós já o conhecemos, pois ele está à venda no Brasil desde 2020.
O modelo é o e-tron, primeiro carro elétrico da Audi. Agora, ele traz um novo nome, reestilização e mudanças no sistema elétrico. Como a linha de modelos a eletricidade da marca está crescendo, todos os SUVs vão passam a ser identificados pela letra “Q”, como nos modelos a combustão.
Na Europa, há o Q4 e-tron. Já o Q6 e-tron será revelado em setembro, durante o Salão de Munique (Alemanha). O Q8 e-tron, por sua vez, foi rebatizado por ocupar, na gama de SUVs elétricos, o mesmo papel que o Q8 ocupa entre os utilitários-esportivos a combustão: topo de linha.
Porém, de acordo com a Audi, o renovado carro não é uma versão elétrica do Q8. É um produto independente. A novidade chega em quatro versões, sendo duas com carroceria SUV e duas com a Sportback (SUV cupê). Os preços partem de R$ 669.990, para a opção Performance Black.
Já a Launch Edition custa R$ 681.990, também com carroceria SUV. O Q8 e-tron Sportback tem tabela de R$ 699.990 na versão Performance Black e R$ 711.990 na topo de linha, Launch Edition.
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Estética e equipamentos
A Audi já vem há alguns anos chamando a atenção pelo design de seus carros, especialmente o dos modelos esportivos RS. Mas, agora, a impressão é de que está guardando o melhor para os produtos elétricos. Afinal, a partir de 2026, a marca não terá mais carros inéditos a combustão. E, a partir de 2033, só venderá veículos 100% a eletricidade.
O Q8 e-tron mostra a tendência da Audi de caprichar nos carros a bateria. O e-tron já era belo, mas o modelo reestilizado foi um passo além. As principais mudanças estão no exterior. Além do novo logotipo bidimensional da Audi, o SUV tem grade redesenhada. O sistema é aerodinâmico: abre e fecha conforme a condição de rodagem, para melhorar a eficiência energética.
A nova grade é contornada por moldura preta. Na versão Launch Edition, o componente traz a mesma cor da carroceria. Os faróis full-LEDs também foram atualizados. Por R$ 25 mil extras, vêm com tecnologia digital – faz projeção de diferentes imagens, selecionadas na central multimídia, à frente (em paredes ou, à noite, até mesmo no chão).
Para-choques dianteiro e traseiro são novos, e as rodas passaram de 21 polegadas para 22″. O desenho do componente foi renovado e as pinças de freio são na cor vermelha.
Há ainda tecnologias para melhorar o fluxo de ar ao redor das rodas. Com esta solução, o coeficiente aerodinâmico melhorou, na comparação com o do e-tron. Foi de 0,26 para 0,24 no Sportback e de 0,28 para 0,27 no SUV.
As versões Performance Black têm praticamente o mesmo interior, com destaque para o acabamento de couro e suede no formato de escama de peixe. O carro vem com três telas dianteiras – a do painel de instrumentos, da central multimídia e uma abaixo desta – para comandar separadamente ar-condicionado e sistema elétrico, entre outras funções.
Atrás, há uma outra tela, para ajustes do ar-condicionado para os passageiros dessa parte do carro. O sistema tem quatro zonas – duas na frente e duas na traseira. A versão Launch Edition traz alguns diferenciais no interior. O destaque é a costura aparente vermelha no couro de bancos, portas, volante e painéis.
A visão de futuro do Q8 e-tron não está apenas no design e na eletrificação, mas também no pacote tecnológico. Um dos itens mais interessantes que o modelo oferece é o retrovisor digital. Em vez dos espelhos tradicionais, o carro traz câmeras laterais, que projetam imagens em telas nas portas. Para ambas as versões, esse equipamento é opcional (R$ 15 mil).
Todos os Q8 e-tron saem de fábrica com leitor de faixas com função de correção, ACC, câmeras 360 com vista aérea e suspensão adaptativa. Há ainda sistema de som da Bang&Olufsen e iluminação personalizável na cabine.
Mudanças no sistema elétrico
A capacidade da bateria do Q8 e-tron passou de 95 kWh para 114 kWh, mas ela mantém os 36 módulos, com 12 células. Por isso, ganhou 20% de densidade energética sem ocupar mais espaço, de acordo com a Audi.
A autonomia aumentou 30%. De acordo com dados do Inmetro, são 332 km por recarga no SUV e 342 no Sportback. Mudanças no motor traseiro (o Q8 e-tron ainda tem um dianteiro) também contribuíram para esse ganho. O propulsor tem 14 bobinas, ante as 12 do modelo anterior. De acordo com a Audi, isso garante a mesma geração de torque gastando menos energia.
Em ciclo DC (corrente contínua e rápida), o carro agora pode usar carregadores até 170 KW – antes, era compatível com máximo de 150 KW. Com isso, o tempo de recarga de 0 a 80% foi reduzido para 31 minutos.
No AC (corrente alternada e mais lenta), é compatível com carregadores até 11 KW nas versões Performance Black (recarga em 8h30) e 22 KW nas Launch Edition. A compatibilidade com o carregador mais forte, que reduz pela metade o tempo de recarga, é opcional de R$ 16.500 nas configurações de entrada.
Como anda
O SUV mantém os 408 cv de potência e 67,8 kgfm de torque, com câmbio de uma marcha e tração 4×4 formada pelos dois motores elétricos. Ainda assim, houve ganho na aceleração de 0 a 100 km/h, que passou de 5,7 segundos para 5,6 segundos.
Como na maior parte dos modelos elétricos de alto torque, as acelerações são muito fortes. A alta potência contribui, mas o principal arquiteto nessa obra é o torque instantâneo, que surge a partir do momento que o motorista pressiona o pedal do acelerador. Em carros a combustão, é necessária determinada rotação para atingir a força máxima.
Houve mudanças no sistema de direção, cuja relação passou de 15:8 para 14:6. Isso reforça o prazer de dirigir e a estabilidade do Q8 e-tron, um carro que é bem grudadinho no chão – e passa até a impressão, ao volante, de ser um veículo bem mais baixo que o SUV.
A bateria sobre o assoalho contribui para o comportamento, pois deixa o centro de gravidade mais baixo. Na versão Sportback, cuja coluna C é rebaixada, essa característica é ainda mais ressaltada. O SUV cupê é mais firme que o utilitário-esportivo convencional.
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