Apesar de a raiva humana ter poucos casos no Brasil (47 entre 2010 e maio de 2023), ela ainda é uma doença para se redobrar a atenção, pois ela não tem cura. Por sua vez, no mundo, os números da raiva humana são bem mais significativos, com 70 mil pessoas morrendo da doença todo ano.
Nesse sentido, segundo a médica-veterinária Aline Ambrogi, ainda é necessário entender os riscos dessa doença e a importância de se prevenir. Veja a seguir as informações sobre a transmissão e os sintomas da raiva trazidas pela especialista.
Como a doença é transmitida?
A raiva humana é transmitida a partir do contato da saliva do animal infectado pelo vírus Lyssavirus, da família Rabhdoviridae, com a mucosa e pele de outros animais ou pessoas sadias, através de mordeduras, arranhaduras e lambeduras.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os 47 casos registrados no país, nove tiveram agressões provocadas por cães; 24 por morcegos; cinco por primatas não humanos; dois por raposas; quatro por felinos; um por bovino e, em dois deles, não foi possível identificar a espécie de animal agressora.
Sintomas da raiva humana
Os sintomas da raiva humana podem variar, mas geralmente estão entre os listados a seguir:
Mal-estar geralAumento da temperaturaAnorexiaDor de cabeçaNáuseasDor de gargantaEntorpecimentoIrritabilidadeSensação de angústia
Além disso, quando a doença avança e atinge o sistema nervoso, causa febre, delírios, espasmos musculares involuntários e convulsões. É justamente por isso que ela leva animais e pessoas a óbito.
Afinal, como se prevenir?
Segundo Aline, a única forma de prevenção da raiva humana é vacinar os animais que podem passar essa doença. Assim, é importante se conscientizar e conscientizar os outros nesse sentido.
“A vacinação de cães e gatos é obrigatória em território nacional e isso se justifica porque é a maneira mais eficaz de controle da doença na zona urbana. A doença se desenvolve apenas em mamíferos e, na área urbana, cães e gatos são os responsáveis por sua disseminação entre humanos. Já na zona rural, os morcegos são os principais responsáveis pela disseminação da doença e acabam afetando os bovinos e equinos”, salienta a docente do curso de Medicina Veterinária da UniFAJ.
Ela ainda especifica que a vacinação de cães e gatos contra a doença deve ocorrer a partir dos 3 meses de vida, sempre com o reforço anual. Também há uma vacina para humanos, mas ela costuma ser administrada apenas em casos específicos, como em profissionais que estão em risco permanente.