Moagem de cana da Raízen pode crescer até 13% na safra 2023/24

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A moagem de cana-de-açúcar da Raízen, maior processadora global do produto, foi estimada nesta terça-feira entre 80 milhões e 83 milhões de toneladas na safra 2023/24, disse o CFO da companhia, Carlos Moura, em entrevista a jornalistas.

Considerando a moagem da safra passada, de 73,5 milhões de toneladas, a moagem poderia ter um crescimento de até 12,9% na atual temporada.

Moura disse que o mês de abril foi muito chuvoso, o que dificultou os trabalhos de moagem, mas depois o tempo ficou mais firme, impulsionando o processamento.

“É razoável supor, ainda que tenha risco de El Niño no final da safra, por novembro, estamos trabalhando agora entre 80 e 83 milhões de toneladas, é nisso que podemos chegar, dadas as condições, o ritmo industrial…”, disse ele.

“A gente acredita que este pode ser um bom intervalo hoje”, completou.

O El Niño mencionado pelo executivo poderia trazer um tempo mais chuvoso para o final da safra em algumas áreas de atuação da Raízen.

Mesmo que atinja o patamar mais alto, a moagem da companhia ainda ficaria distante da capacidade da empresa, de 105 milhões de toneladas ao ano, após a aquisição da Biosev.

Etanol

A Raízen, gigante na produção de açúcar e etanol e na distribuição de combustíveis, está confiante com sua estratégia de comercialização do álcool pelas suas usinas, após o reajuste de preços pela Petrobras que deve fortalecer os preços do biocombustível.

Em teleconferência para comentar os resultados trimestrais, o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, disse que o aumento do preço da gasolina pela Petrobras anunciado nesta terça-feira favorece etanol. Ele admitiu que a companhia estava preocupada com os valores baixos do biocombustível, reflexo da política da petroleira para o derivado de petróleo.

A Raízen registrou queda de 23,3% nas vendas de etanol de suas usinas, para 1,07 bilhão de litros, no primeiro trimestre da safra 2023/24, refletindo a estratégia de comercialização para a safra, “em função da perda momentânea de competitividade do etanol frente à gasolina no período”, além da maior destinação de cana para a produção de açúcar.

A produção de etanol de primeira geração atingiu 944 milhões de litros no trimestre, queda anual de 6,4%.

A produção de etanol de segunda geração, a partir de biomassa, somou 7,7 milhões de litros no trimestre, aumento de 1,3% na mesma comparação, e deve avançar mais com a inauguração em setembro da Planta #2, em Guariba (SP), com capacidade de 82 milhões de litros/ano.

Com queda nas vendas de etanol maior do que na produção do combustível primeira geração, os estoques aumentaram 2% para 734 milhões de litros ao final do trimestre, na comparação anual.

Mussa destacou que os preços dos etanol tradicionalmente se fortalecem no mercado interno ao final do ano, quando começa a entressafra no centro-sul, e que também a companhia foca exportações do combustível.

A Raízen afirma que o preço médio de venda do etanol da Raízen tem prêmio de 17% sobre o preço de referência do mercado local, e que o portfólio da empresa privilegia a venda de etanol industrial e combustível para clientes globais com precificação diferenciada.

Atualmente, 80% do etanol produzido pela Raízen é anidro (misturado à gasolina no Brasil) e possui precificação diferenciada e prêmios de baixo carbono, segundo a empresa.

O CEO disse também que aumento de preços do diesel pela Petrobras era esperado, porque a situação estava desafiadora para o suprimento do combustível no país.

A Petrobras anunciou nesta terça-feira um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras, a partir de quarta-feira.

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