A produção de açúcar no centro-sul do Brasil atingiu recorde de 3,68 milhões de toneladas na segunda quinzena de julho, com um volume também histórico de processamento de cana-de-açúcar, apontaram dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) nesta quinta-feira (10).
O volume do adoçante produzido representou um avanço de 11,29% na comparação com o mesmo período do ano passado e superou o recorde anterior registrado na segunda quinzena de julho da safra 20/21, de 3,44 milhões de toneladas, informou a Unica.
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A produção de açúcar superou expectativa de pesquisa da S&P Global Commodity Insights, que projetou 3,58 milhões de toneladas, à medida que o tempo seco favoreceu os trabalhos de moagem e o setor destina o máximo de cana para a produção do adoçante.
“Pela segunda quinzena consecutiva, mais de 50% do ATR (Açúcar Total Recuperável, da cana) processado foram destinados à fabricação de açúcar”, disse em nota a Unica.
“A produção por tonelada de cana foi, contudo, superior em mais de 2 quilos ao da primeira metade de julho em função da maior concentração de sacarose e dos consequentes ganhos na extração industrial.”
No acumulado da safra 2023/24 desde 1º de abril, a fabricação de açúcar totalizou 19,17 milhões de toneladas, salto de 19,79% na comparação com o ciclo anterior.
Na véspera, a empresa de consultoria e gestão de riscos hEDGEpoint Global Markets projetou uma produção recorde de açúcar no centro-sul de 39,4 milhões de toneladas para a temporada 2023/24, diante de produtividades agrícolas elevadas e maior teor de sacarose na cana.
Já a moagem de cana na principal região produtora do país, maior produtor e exportador global de açúcar, subiu 7,81% na mesma comparação, para um recorde quinzenal de 52,96 milhões de toneladas na segunda metade de julho.
A qualidade da matéria-prima, medida pelo nível de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), por sua vez, caiu 2,81% na mesma comparação, para 144,02 kg por tonelada de cana-de-açúcar, informou a Unica.
No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 311,32 milhões de toneladas, alta de 9,74% versus o mesmo período no ciclo anterior, enquanto o indicador de qualidade recuou 0,47%, para 132,89 kg de ATR por tonelada.
A produção de etanol, por sua vez, somou 2,46 bilhões de litros na segunda quinzena de julho, alta de 1,35%, crescimento menor do que o açúcar, uma vez que a indústria tem destinado mais cana para produzir o adoçante, mais rentável.
Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,47 bilhão de litros, alta de 3,83%, enquanto a produção de etanol anidro, misturado à gasolina vendida nas bombas, totalizou 982,44 milhões de litros, queda de 2,16%.
No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de agosto, a fabricação do biocombustível total foi 14,40 bilhões de litros (+5,15%), sendo 8,30 bilhões de etanol hidratado (-2,60%) e 6,10 bilhões de anidro (+17,92%).
A Unica disse ainda que da produção total de etanol registrada na segunda quinzena de julho, 10% foram provenientes do milho.
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