Marta não é só uma lenda, mas a melhor coach motivacional do futebol

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Marta se tornou uma lenda do futebol, além de uma das maiores incentivadoras das mulheres no esporte

A carreira de Marta em Copas do Mundo chega ao fim após a saída do Brasil da fase de grupos.

O resultado ficou longe das esperanças da seleção em trazer a taça – e o sonho de Marta de erguer este troféu não se concretizou. As brasileiras enfrentaram a equipe resiliente da Jamaica, que impediu um final de conto de fadas para a carreira da maior jogadora de futebol de todos os tempos.

A estante dessa craque, porém, está cheia de troféus e conquistas individuais. Desde a conquista do Prêmio de Jogadora do Ano da FIFA por seis vezes (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018), tornando-se a primeira jogadora de futebol a marcar pelo menos um gol em cinco Olimpíadas consecutivas. E Marta mantém ainda o recorde de mais gols marcados em uma Copa do Mundo (tanto em competições masculinas quanto femininas), com 17 gols.

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No entanto, Marta pode adicionar outra habilidade ao seu conjunto de habilidades único. Desta vez, um talento fora de campo. Ela é a maior “palestrante motivacional” do futebol. Assim como inspirou milhões com seus gols e dribles, também usou sua voz para defender o futebol feminino.Ao longo dos anos, as coletivas de imprensa foram a arma de Marta para defender melhores condições para as mulheres, defender a igualdade de gênero no futebol, celebrar os recentes desenvolvimentos do jogo feminino e transmitir mensagens motivacionais apaixonadas às gerações mais jovens.

Seu discurso depois da eliminação do Brasil pela França na Copa do Mundo Feminina de 2019 é uma prova. “O futebol feminino depende de você para sobreviver”. “É treinar mais. É se cuidar mais. É estar pronto para jogar 90 mais 30 minutos. Isso é o que eu peço a vocês, meninas. Não vai ter Formiga para sempre. Não vai haver uma Marta para sempre. Não vai ter uma Cristiane.”

Discurso de Marta viralizou e virou referência

Quatro anos depois, na coletiva de imprensa pré-jogo daquela que acabou sendo sua última participação na Copa Feminina, Marta se emocionou ao refletir sobre sua longa e bem-sucedida carreira. “Sabe o que é bom? Quando comecei não havia ídolos no [futebol] feminino”, disse ela com lágrimas nos olhos.

Ela continuou e dirigiu suas perguntas aos repórteres, destacando a importância de seu papel no avanço do futebol feminino. “Vocês [repórteres] não mostravam o jogo do feminino. Como eu poderia entender que eu poderia chegaria à seleção e me tornar uma referência? Agora eu saio na rua e as pessoas me param, os pais falam para mim: ‘Minha filha te adora, ela quer ser igual a você.’”

O período mais marcante foi com a equipe sueca do Umeå. Ela ajudou o time a vencer a copa da UEFA de 2004. O título dessa, agora conhecida como “Liga das Campeãs”, bem como quatro Ligas suecas consecutivas (Damallsvenskan) entre 2005 e 2008 também contou com a participação essencial de Marta.

Mas foi com a seleção brasileira que Marta ganhou popularidade e se consolidou como uma lenda. Na Copa do Mundo de 2007, ela levou o Brasil ao segundo lugar e conquistou a Bola de Ouro e a Chuteira de Ouro ao marcar sete gols. Um deles é considerado por muitos como o gol mais bonito da história da Copa do Mundo Feminina. Foi contra o seleção norte-americana na semifinal. Marta tinha 21 anos. Driblou magicamente duas zagueiras antes de acertar a bola no fundo da rede. O Brasil humilhou as americanas por 4 a 0.

Mas a carreira de Marta também foi repleta de obstáculos que vão desde a pobreza na infância, o enfrentamento ao machismo e a falta de investimento no futebol feminino. “Há 20 anos, em 2003, ninguém conhecia a Marta. Hoje temos nossas próprias referências. Isso não teria acontecido se tivéssemos parado nos primeiros obstáculos que encontramos. E não começou apenas comigo, mas com muitas mulheres da época.” .

Após o apito final da partida contra a Jamaica, Marta, consciente de que esta foi sua última participação em uma Copa do Mundo, fez questão de produzir mais um discurso inspirador. “Eu terminei aqui, mas elas [as outras jogadoras] continuam. Quero que as pessoas no Brasil continuem com o mesmo entusiasmo de quando a Copa do Mundo começou. Para continuar apoiando. Porque as coisas não acontecem da noite para o dia.”

“Continuem apoiando”, acrescentou ela, emocionada. “Porque para elas é só o começo. Para mim, é o fim da linha.”
A carreira de Marta na Copa do Mundo chegou ao seu ponto final, mas a história não termina aqui. Ela estará de volta a Orlando para retomar a temporada da liga norte-americana com seu clube, o Orlando Pride. Possivelmente, uma última oportunidade para os fãs de futebol desfrutarem de seu toque mágico.

 

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