A perspectiva de redução dos juros leva os investidores a considerarem mais as empresas pagadoras de dividendos, afinal, quem não gosta de receber uma renda extra? Os dividendos são uma parte do lucro da empresa que é distribuída aos acionistas. O valor pago depende de vários fatores, incluindo a geração de caixa, os lucros e a estratégia da companhia. Com a redução das taxas de juros, as empresas têm menos despesas com o pagamento de suas dívidas, o que aumenta a disponibilidade de caixa para distribuir proventos aos investidores.

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Os dividendos, portanto, podem ser um complemento ou até mesmo a principal fonte de renda para alguns investidores. “Não é tão raro conhecer pessoas que recebem em proventos o equivalente ao salário do mês”, diz Gabriel Duarte, da Ticker Research. A estratégia de reinvestir os valores recebidos permite aproveitar os juros compostos, aumentando a renda passiva ao longo do tempo. Além disso, boas empresas tendem a corrigir os rendimentos de acordo com a inflação, proporcionando um retorno real ao investidor.

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O preço das ações também é um fator relevante a ser considerado. Algumas boas pagadoras de dividendos podem ter preços dos ativos muito altos, o que aumenta o risco do investimento. Se algo afetar os resultados da empresa, o acionista pode ser penalizado tanto pela redução dos dividendos quanto pela desvalorização das ações.

Para auxiliar na escolha de ações, Duarte diz que o investidor pode utilizar algumas ferramentas, como não comprar empresas com índice Preço/Lucro (P/L) acima de 10, não comprar companhias com rendimento de dividendos (DY) abaixo de 6%, e não comprar empresas com indicador Preço sobre o Valor Patrimonial (P/VP) acima de 1,5.

Quais são os melhores ativos?

Jansen Costa, da Fatorial, destaca a Petrobras (PETR4) e a Vale (VALE3) como duas ações que são boas pagadoras de dividendos, mesmo após a mudança na política de proventos da estatal petrolífera. Analistas do Credit Suisse e do JPMorgan consideraram a nova política uma “boa notícia”, pois mantém o alinhamento de interesses entre acionistas e governo.

Dentre os setores da Bolsa que são bons pagadores de proventos, destacam-se os bancos, empresas de energia elétrica, empresas de saneamento e seguradoras. Segundo Costa, com o ciclo de aperto de juros, a redução das despesas financeiras tende a aumentar os lucros das companhias desses setores, o que pode beneficiar os investidores com o recebimento de dividendos.

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Além das ações, os fundos imobiliários (FIIs) e os fundos de investimentos de agronegócio (Fiagros) são ativos interessantes para compor a carteira, uma vez que eles realizam pagamentos mensais de proventos. Também é possível receber proventos através de alguns Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

No entanto, Saadia alerta que os fundos de dividendos e os ETFs (fundos de investimento que replicam um índice da Bolsa) não são boas opções devido à tributação, uma vez que os proventos não são repassados líquidos para a conta do investidor.

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