A Alemanha pode ter sido ingênua em algumas áreas de cooperação com a China, mas não deveria cortar todos os laços em reação às tensões crescentes, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, à Reuters.
A estratégia de engajamento de Merkel fez da China a principal parceira comercial da Alemanha durante seus 16 anos no cargo e molda a postura da Europa diante da superpotência asiática ascendente, mesmo em meio às preocupações com a concorrência injusta e a espionagem industrial.
“Talvez, inicialmente, tenhamos sido bastante ingênuos em nossa abordagem de algumas parcerias de cooperação”, disse Merkel em uma entrevista. “Nos dias atuais olhamos com mais atenção, e com razão.”
Merkel, que não concorreu à reeleição em setembro e deixará o posto assim que um novo governo estiver formado, disse que a Alemanha, e de maneira mais abrangente a União Europeia, deveriam continuar a cooperar com a China mesmo assim e que poderiam aprender uma com a outra.
“O desacoplamento total não seria certo, na minha opinião, seria prejudicial para nós”, disse.
A China se tornou a maior parceira comercial da Alemanha em 2016, e sua expansão econômica rápida estimulou o crescimento alemão ao longo do período de Merkel no poder. Mas alguns críticos dizem que hoje a Alemanha está dependente demais da China e que se torna suave demais com o país asiático em temas delicados como violações de direitos humanos.
Merkel disse que seu país mantém conversas contínuas com a China a respeito de propriedade intelectual e proteção de patentes, “tanto em relação a estudantes chineses na Alemanha quanto a empreendimentos alemães operando na China”.
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