O fenômeno natural El Niño, responsável por alterar a temperatura de diversas regiões do planeta, pode afetar o mercado acionário americano. Jeffrey Kleintop, estrategista-chefe de investimentos globais da Charles Schwab, afirmou que eventos climáticos extremos, como temperaturas recordes em todo o mundo e incêndios florestais no Canadá, podem ter impactos significativos na inflação e na atividade econômica.
Embora “o clima raramente tenha um impacto relevante nos mercados em geral”, Kleintop prevê que desta vez pode ser diferente. Ele destaca a sensibilidade elevada das ações em relação à probabilidade de aumentos de preços em alimentos e em energia, associados a condições climáticas severas. As ameaças às colheitas e as demandas crescentes para manter as redes de energia funcionando adequadamente levam desafios às empresas desses setores.
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Kleintop observa também que o último evento El Niño coincidiu com uma queda de até 15% no S&P 500 entre 2015 e 2016. No entanto, ele ressalta que esse colapso foi de curta duração e não é considerado um resultado direto do clima.
Seria uma surpresa significativa ver um declínio nas ações dos EUA neste momento, considerando a ampla tendência de alta. O S&P 500 registra um ganho de quase 20% no acumulado do ano e mais de 40% das empresas listadas no índice tiveram valorizações de dois dígitos.
El Niño e seus impactos
A Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas determinou no início deste mês que um novo evento El Niño começou oficialmente. O El Niño é caracterizado pelo aumento das temperaturas da água no Oceano Pacífico, o que pode resultar em mudanças climáticas significativas em várias regiões do mundo. Nos Estados Unidos, espera-se que o evento traga precipitação aumentada no sul e temperaturas mais altas no norte do país.
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De acordo com o Morgan Stanley, os eventos climáticos custaram US$ 650 bilhões (R$ 3,1 trilhões) para a economia global de 2017 a 2019.Em reconhecimento aos riscos financeiros associados a eventos climáticos e meteorológicos, o Departamento do Tesouro dos EUA estabeleceu o Comitê Consultivo de Riscos Financeiros Relacionados ao Clima em outubro do ano passado, com o objetivo de avaliar e monitorar esses riscos monetários.
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