James Cameron, diretor do filme “Titanic”, lançado em 1997 e que ajudou a renovar o fascínio mundial pelo naufrágio de 1912, criticou a OceanGate depois da tragédia com o submersível Titan e traçou paralelos entre a viagem turística e o naufrágio de 111 anos.
Em entrevista à ABC News na última quinta-feira (22), Cameron – que mergulhou nos destroços do Titanic em várias ocasiões – disse que estava “chocado com a semelhança” entre a tragédia recente e o Titanic, cujo capitão bateu a embarcação em um iceberg mesmo depois de ter sido avisado sobre ele. A causa exata do desastre com o submersível é desconhecida.
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Cameron criticou a OceanGate por não ouvir os avisos sobre a abordagem experimental do submersível – a empresa de turismo havia sido avisada em 2018 sobre sua embarcação não atender aos padrões e a possibilidade de resultados catastróficos. Ele ainda elogiou a segurança de outros veículos de exploração submarina profunda com “padrão ouro”.
O Titan da OceanGate não tinha sistema GPS e era operado por um controle de apenas um botão que funcionava “como um elevador”, de acordo com o falecido CEO da empresa, Stockton Rush, um dos cinco passageiros a bordo do submersível.
O ex-instrutor de física da Universidade de Harvard, Michael Guillen, que também desceu até o naufrágio do Titanic, também contrastou o navio em que embarcou em 2000 com o operado pela OceanGate, dizendo à agência britânica GB News que o navio que este foi “criado por pessoas sérias”, enquanto o submersível Titan foi “projetado principalmente para o turismo.”
Cameron visitou pela primeira vez o naufrágio do Titanic em 1995, dois anos antes de seu filme de mesmo nome ser lançado, e voltou várias vezes desde então. Em 2012, ele pilotou um submersível até a parte mais profunda do oceano, mergulhando mais de 10,6 mil metros na Depressão Challenger, dentro da Fossa das Marianas, no Pacífico. Mais tarde, ele transformou essa viagem no documentário de 2014 “Deepsea Challenge 3D”.
Fim trágico
Um robô não tripulado de águas profundas de um navio canadense encontrou os destroços do submersível na manhã de quinta-feira (22) a cerca de 488 metros da proa do Titanic, 4 km abaixo da superfície, disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, em uma coletiva de imprensa.
“O campo de detritos é consistente com uma implosão catastrófica do veículo”, disse Mauger.
As cinco pessoas a bordo incluíam o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o magnata dos negócios nascido no Paquistão Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, de 19, ambos cidadãos britânicos; o oceanógrafo francês e especialista em Titanic Paul-Henri Nargeolet, 77, que visitou os destroços dezenas de vezes; e o norte-americano Stockton Rush, fundador e executivo-chefe da OceanGate, que pilotava o submersível.
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