Dolce & Gabbana minimalista? Sim, acredite: este é o momento da marca liderada por Domenico Dolce e Stefano Gabbana, notórios baluartes do maximalismo e da decoração em suas coleções sempre focadas em homenagear a cultura italiana.

Pois desde a temporada passada, a silhueta e a construção das roupas falam mais alto do que bordados e estampas, a explosão de cores dá lugar à sobriedade do preto, branco, marrom e cinza, e a alfaiataria clássica ganha o duelo com o streetwear nas coleções para os homens. Podemos falar em uma volta às origens, já que Domenico é legítimo herdeiro das técnicas de alfaiate do sul da Itália, transmitidas de pai para filho. Não que a alfaiataria tivesse desaparecido das coleções da Dolce & Gabbana, mas o clássico andava ofuscado por tendências efêmeras típicas da Gen Z. 

Dolce & Gabbana apresentou sua coleção masculina de verão 2024; veja fotos

Sai o exército de influenciadores digitais antes predominantes na primeira fila dos desfiles da marca e entram atores da nova geração, como o português José Condessa e o espanhol Jason Fernandez, ambos integrantes do elenco de “Strange Way of Life”, última produção de Pedro Almodóvar, além do brasileiro Chay. 

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A coleção masculina de verão 2024, apresentada no sábado (17) em Milão, é uma ode às raízes da marca e a uma identidade construída ao longo de quatro décadas. Estão lá os ícones como a regata canelada, típica do underwear, mas com livre circulação na vida urbana; o blazer de abotoamento cruzado; a boina; o crucifixo; as referências à Sicília, e a cor preta. Complementos às calças de pernas e boca mais largas, blusas e camisetas surgiram drapeadas, em uma alusão às vestes das estátuas onipresentes em toda a Itália.

As camisas de linhas oversized ganharam delicadas flores bordadas, as únicas decorações em toda a coleção, além da estampa de poás. Casacos e cardigãs também surgem desabados, para serem usados diretamente sobre a pele, em resultado que exala sensualidade. Tudo feito com materiais luxuosos, de extrema qualidade. Nos pés? Sapatos tão baixos que mais pareciam meias ou sapatilhas de mergulho. 

Olhando para dentro, resgatando a sua essência e sem reinventar a roda, Domenico e Stefano vivem talvez a melhor fase da marca na última década. Bravissimi!

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