A prática de atividade física é extremamente importante para melhorar a qualidade de vida. No entanto, apesar de todos os benefícios que ela pode oferecer à saúde, é importante tomar alguns cuidados para não acabar provocando o overtraining.
Essa expressão é utilizada para descrever a prática excessiva de exercícios físicos, sem descanso adequado. Segundo o personal trainer José Corbini, do aplicativo de saúde integrativa Personal Virtual, “esse processo é caracterizado pela diminuição de rendimento nos treinos, mas também pode causar sintomas físicos, cognitivos, fisiológicos e até mesmo psicológicos”.
Assim, além de lesões, o indivíduo pode apresentar perda do seu condicionamento físico, fadiga crônica e aumento de frequência cardíaca em repouso. “Ou seja, a pessoa exagera no treino por acreditar que será melhor para alcançar seus objetivos, mas, na verdade, pode estar atrasando seu progresso, já que as consequências podem até mesmo afastá-las dos treinos por um período, dependendo da gravidade das lesões, por exemplo”, comenta.
Os riscos do overtraining ainda vão além, e podem prejudicar também o sono, o humor e até mesmo a imunidade. “Dependendo dos sintomas, não somente o treino pode ser comprometido, como também a vida pessoal e profissional”, complementa.
Como evitar?
Para evitar chegar a essa situação, é fundamental procurar um educador físico para acompanhar e programar os treinos. “Quando um professor vai elaborar um treino, leva diversos fatores em consideração: objetivo, rotina e o descanso, conforme a necessidade de cada um”, explica Corbini.
A partir do planejamento feito pelo profissional, reduzem-se os riscos de atingir o overtraining. “É claro que dar um feedback para os profissionais que te acompanham é importante, afinal, há fases em que estamos mais atarefados no trabalho ou em casa, e o cansaço pode ser mais intenso, contribuindo para a diminuição de rendimento em outras tarefas, como a academia”, pontua.
Como tratar?
Se o exagero nos treinos está causando consequências, então é preciso diminuir a rotina de exercícios, muitas vezes, de forma drástica. “Nos casos mais graves, pode ocorrer a interrupção dos exercícios físicos e até mesmo de competições, até que a situação se amenize”, pondera o especialista.
“O quadro de overtraining é reversível quando não traz consequências graves, como lesões ou alterações hormonais. Por isso, é importante ter acompanhamento profissional, que envolve personal trainer, nutricionista e até mesmo fisioterapeuta e médico do esporte, em níveis mais avançados”, finaliza.