A HBO cancelou “Westworld” no ano passado. E, embora o drama futurístico nunca tenha estado no pódio das produções da empresa, conseguiu boas audiências e, tão ou mais importante, faturou nove prêmios Emmys, o que valeu um lugar de destaque nas campanhas de marketing do canal de TV paga.
Portanto, foi uma grande surpresa quando, apenas um mês depois do seu cancelamento, a série também foi abruptamente removida do serviço de streaming HBO Max – e não foi a única. Em dezembro de 2022, a plataforma retirou vários produtos da rede sem aviso prévio. Os assinantes ficaram se perguntando o que mais poderia desaparecer quando a empresa-mãe Warner Bros. Discovery fundiu seus diversos canais de streaming em uma única mega oferta chamada Max, que estreou nos EUA no mês passado.
Mas a Warner Bros. Discovery não foi a única empresa a retirar conteúdo de sua plataforma. Parece que os dias de “o conteúdo acima de tudo” nos serviços de streaming estão contados. Nos últimos meses, muitos deles têm cancelado séries que tiveram algum ou até mesmo muito sucesso em troca de resultados financeiros favoráveis. Todos aqueles anos de busca ávida por novas produções e investimento em conteúdo começaram a pesar à medida que o público, castigado pela crise econômica, cortou ou reduziu os gastos com assinaturas.
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Então, o que está acontecendo? Simples. É uma decisão econômica, explica Matt Spiegel, vice-presidente executivo da estratégia de crescimento da TruAudience na TransUnion, uma empresa global de informações e insights.
“Em um cenário onde as plataformas de streaming enfrentam uma competição acirrada, especialmente devido ao aumento exponencial de plataformas gratuitas suportadas por anúncios gratuitos, a remoção de programas se tornou uma estratégia significativa para reduzir custos”, afirma Spiegel. “Cada transmissão gera custos de royalties, então removê-las do catálogo reduz os custos sem afetar a receita”, completa.
Embora seja improvável que você veja um grande sucesso como “Bridgerton”, da Netflix, saindo da plataforma de streaming, cortar favoritos de sucesso mediano oferece uma estratégia segura aos serviços de streaming. Como Spiegel diz, eles podem ganhar dinheiro de outras maneiras.
“As plataformas de streaming têm outras fontes de receita, como merchandising, jogos, eventos e varejo com conteúdo existente que possuem, como Max com ‘The Last of Us’, Netflix com ‘Stranger Things’, etc”, afirma.
Produções populares, mas não estrondosas, saindo do ar
Os programas que estão saindo do ar se encaixam em um certo perfil. Eles já estão disponíveis há um tempo e provavelmente não voltarão a ser tão populares no catálogo. Exemplos recentes de remoções do Disney+, por exemplo, incluem “Virando o Jogo dos Campeões”, que teve um desempenho bom o suficiente para ganhar uma segunda temporada, mas não uma terceira, e “Willow”, reboot do filme da década de 1980 com alto orçamento, mas apenas moderadamente bem-sucedido. O Max se livrou do spinoff de Vila Sésamo, “Show do Elmo”, enquanto a Netflix cancelou e tirou do ar “Arrested Development” (tanto as primeiras temporadas da Fox quanto as mais antigas da Netflix) em março.
“O impacto será nos programas que não estão mais lançando novos episódios, são um pouco mais antigos, geralmente têm um público mais limitado e eram relativamente mais caros, com elencos mais conhecidos”, diz Spiegel. “Como resultado, essas produções têm capacidade limitada de atrair novas assinaturas, mas continuam trazendo despesas contínuas se permanecerem no catálogo da plataforma de streaming. Portanto, manter tais programas se torna menos valioso em termos de impulsionar o crescimento das assinaturas, ao mesmo tempo que impõe um fardo financeiro”.
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E as desvantagens de remover favoritos do público?
O benefício para o resultado final de um serviço de streaming é evidente, especialmente em um momento em que as pressões econômicas podem levar as pessoas a cancelarem assinaturas adicionais dessas plataformas. No entanto, as decisões podem ter potenciais desvantagens, observa Spiegel.
“Um risco potencial é que os serviços removam muito conteúdo e, como resultado, reduzam sua retenção de clientes. No entanto, há pouco risco de rotatividade de clientes a curto prazo com base em um catálogo mais limitado. Os consumidores tendem a se aproximar dos principais serviços de streaming que estão mais focados em conteúdo novo, e os profissionais de marketing sempre buscarão alcançar um público conectado a conteúdo premium”, afirma o especialista.
O post Por que tantas séries favoritas do público estão saindo dos streamings apareceu primeiro em Forbes Brasil.