O Ibovespa apresenta forte alta na manhã desta quarta-feira (7), às vésperas do feriado de Corpus Christi, impulsionado pela reação do mercado aos dados da inflação brasileira de maio, que ficaram abaixo das expectativas. Por volta das 10h15, o principal índice da Bolsa de Valores registra um aumento de 0,81%, alcançando 115.259,63 pontos. Enquanto isso, o dólar apresenta uma pequena desvalorização de 0,09%, sendo negociado a R$ 4,91.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou um aumento de 0,23% no mês passado, seguindo uma alta de 0,61% em abril. Esses dados indicam que a inflação oficial do país continuou desacelerando em maio, conforme divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2023, a alta acumulada do IPCA é de 2,95%. Já nos últimos 12 meses, o índice é de 3,94%. Em maio de 2022, a variação da inflação havia sido de 0,47%. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,33% em maio, acumulando em 12 meses alta de 4,04%.
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Na leitura da inflação de maio, destacam-se os recuos nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%).
A desaceleração do índice também foi influenciada pelo resultado do grupo de Alimentação e bebidas, que passou de 0,71% em abril para 0,16%. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”, diz André Almeida, analista da pesquisa.
O dado de deflação leva o mercado a apostar em um corte antecipado da taxa básica de juros (a Selic) para agosto deste ano.
“Para a próxima reunião do Copom, nos dias 20 e 21 de junho, não se espera alteração na Selic, mas aumenta a expectativa por sinalização mais clara de que o ciclo de baixa venha a seguir. Com a desaceleração consistente da inflação, a curva de juros deve começar a precificar totalmente um corte na Selic a partir da reunião de agosto”, afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Mercado internacional
No cenário internacional, os investidores estão acompanhando os dados econômicos decepcionantes da segunda maior economia do mundo.
As exportações da China encolheram muito mais rápido do que o esperado em maio, enquanto as importações ampliaram a queda diante de uma perspectiva sombria para a demanda global, especialmente dos mercados desenvolvidos, e levantando dúvidas sobre a frágil recuperação econômica.
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O país asiático cresceu mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre graças ao consumo robusto de serviços e uma carteira de pedidos após anos de bloqueio devido à Covid, mas a produção industrial desacelerou com o aumento das taxas de juros e a inflação apertando a demanda nos Estados Unidos e na Europa.
As exportações caíram 7,5% em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior, mostraram dados do Escritório da Alfândega da China nesta quarta-feira, muito mais do que a previsão de queda de 0,4% e o maior declínio desde janeiro. As importações contraíram 4,5%, contra expectativa de queda de 8,0% e recuo de 7,9% em abril.
O superávit comercial da segunda maior economia do mundo somou US$ 65,8 bilhões em maio. O resultado veio muito abaixo da previsão do mercado, que era de US$ 96,8 bilhões. Em abril, o superávit foi maior, de US$ 90,21 bilhões.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
EUA
Dow Jones: +0,02%
S&P 500: +0,06%
Nasdaq: +0,05%
Europa:
DAX (Frankfurt): -0,05%
FTSE100 (Londres): +0,08%
CAC 40 (Paris): +0,03%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): -1,82%
Xangai (China): +0,08%
Kospi (Coreia): +0,01%
(Com Reuters)
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