O Ibovespa abre a semana em alta com acordo provisório sobre o teto da dívida dos EUA, tramitação do arcabouço fiscal e projeção de queda da inflação. Por volta das 10h15, nesta segunda-feira (29), o índice subia 0,10%, atingindo aos 110.914,99 pontos. O dólar tinha alta de 0,13%, negociado a R$ 4,99.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, finalizou no domingo um acordo orçamentário com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, para suspender o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões de dólares até 1º de janeiro de 2025, e disse que o acordo está pronto para ser levado ao Congresso para votação.
O acordo, se aprovado, impedirá o governo dos EUA de dar calote em sua dívida e foi elaborado após semanas de negociações acaloradas entre Biden e os republicanos da Câmara.
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Ele ainda precisa passar por um Congresso estreitamente dividido antes de 5 de junho, quando o Tesouro dos EUA diz que ficará sem dinheiro para cobrir todas as suas obrigações.
O acordo suspenderá o limite da dívida até 1º de janeiro de 2025, limitará os gastos nos orçamentos de 2024 e 2025, recuperará fundos não utilizados da Covid, acelerará o processo de licenciamento de alguns projetos de energia e incluirá requisitos de trabalho extra para programas de ajuda alimentar para norte-americanos pobres.
As bolsas de Nova York devem repercutir o acordo provisório na terça-feira (30) devido ao feriado de Memorial Day nesta segunda-feira.
Mercado nacional
No Brasil, investidores acompanham repercussão do acordo sobre teto de dívida, tramitação do arcabouço fiscal e novas projeções de corte de juros.
O Senado Federal começa, nesta semana, a analisar o projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023), aprovado na última quarta-feira (24) pela Câmara dos Deputados. O texto prevê um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal do Estado brasileiro, com o controle dos gastos e receitas do país. Os objetivos são garantir a credibilidade e previsibilidade para a economia brasileira, bem como para o financiamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança pública.
A expectativa do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é que o projeto de lei complementar seja enviado para sanção presidencial no mês de junho.
Além disso, os investidores brasileiros monitoram as projeções do Boletim Focus. Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a reduzir suas expectativas para a inflação em 2023 após sinais de alívio no aumento dos preços, ao mesmo tempo que passaram a ver desempenho melhor da economia.
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O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2023 agora é de 5,71%, contra 5,80% na semana anterior.
Essa revisão vem na esteira de dados na semana passada que mostraram que o IPCA-15 subiu menos do que o esperado em maio, 0,51%, com a taxa em 12 meses recuando ao menor nível em cerca de dois anos e meio, de 4,07%.
Para 2024 a projeção para a alta dos preços permaneceu em 4,13%, e, para os dois anos seguintes, segue em 4,0%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O resultado do IPCA-15 levantou apostas de uma antecipação dos cortes na Selic pelo Banco Central, mas a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que eles continuam vendo manutenção da taxa básica de juros no atual nível de 13,75% na reunião de junho.
Por sua vez, a confiança da indústria do Brasil teve piora em maio, informou nesta segunda-feira a FGV, citando cenário “desafiador” em meio a juros elevados e temores inflacionários.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV Ibre recuou 1,6 ponto em maio, para 92,9 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos empresários sobre o momento presente, perdeu 1,7 ponto, para 91,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu na mesma quantidade, a 94,0 pontos.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
Os mercados dos EUA estão fechados por conta do feriado de Memorial Day.
Europa:
CAC 40 (Paris): -0,35%
DAX (Frankfurt): -0,34%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): +1,03%
Xangai (China): +0,87%
(Com Reuters)
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