A alienação parental é um fenômeno que ocorre quando um dos pais, manipula a mente de uma criança para afastá-la do outro genitor. A prática, além de ferir o direito dela a uma convivência familiar saudável, também traz consequências para o seu desenvolvimento emocional e psicológico.
Segundo Luiz Fernando Gevaerd, advogado especialista em Direito da Família, o distanciamento afetivo entre a criança e o genitor alvo é um dos principais problemas dessa conduta. “Com o uso de diversos artifícios, como difamação, desvalorização e restrição do contato, pais ou mães influenciam negativamente a percepção da criança, resultando em sentimentos de raiva, medo e rejeição”, explica.
Assim, a alienação parental acaba causando uma ruptura na relação que antes era saudável e afetuosa. Além disso, ela pode interferir na saúde mental da criança, levando a problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima. Também pode dificultar o estabelecimento de relações saudáveis no futuro, de acordo com o especialista.
“A criança alienada pode internalizar os comportamentos manipuladores e replicá-los em seus próprios relacionamentos, perpetuando um ciclo extremamente destrutivo. A ausência de uma troca significativa com um dos genitores também pode deixar lacunas emocionais que afetarão sua capacidade de construir vínculos seguros e estáveis ao longo da vida”, lamenta.
Consequências para os pais
Vale lembrar que esses casos não afetam apenas a criança e o genitor alvo, mas também tem um impacto negativo no genitor alienador. “A perpetuação do conflito e o estremecimento da relação com o filho podem levar a sentimentos de solidão, culpa e arrependimento com o passar do tempo. Quando falamos em alienação parental, todos saem prejudicados”, revela o diretor do escritório Gevaerd Consultoria Jurídica.
Considerada uma forma de abuso emocional contra a criança, a alienação parental é condenada tanto pelo sistema jurídico, quanto pela comunidade psicológica. “A conscientização e a educação sobre os danos causados pela alienação parental são fundamentais para prevenir e combater esse problema”, aponta. Dessa maneira, é importante que os pais construam uma relação saudável, priorizando sempre o bem-estar da criança.