Negociadores da Casa Branca e dos republicanos do Congresso dos Estados Unidos se reunirão novamente nesta terça-feira (23) para tentar resolver um impasse de meses sobre o aumento do teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo norte-americano, com o país enfrentando o risco de calote em até nove dias.
Os correligionários democratas do presidente Joe Biden e os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados sob o comando de Kevin McCarthy, permaneceram profundamente divididos sobre como controlar o déficit federal. Os democratas argumentam que os norte-americanos ricos e as empresas deveriam pagar mais impostos, enquanto os republicanos querem cortes de gastos.
Biden e McCarthy saíram na noite de segunda-feira (22) de sua terceira reunião neste ano sobre o teto da dívida falando sobre a necessidade de encontrar um acordo bipartidário, mesmo enquanto se apegam a políticas que expõem as divisões entre os dois partidos.
Assessores da Casa Branca voltaram ao Capitólio após a reunião para novas negociações na noite de segunda-feira.
Biden e os democratas querem congelar os gastos no ano fiscal de 2024 nos níveis adotados em 2023, argumentando que isso representaria um corte de gastos porque os orçamentos das agências não corresponderiam à inflação. A ideia foi rejeitada pelos republicanos, que insistem em cortes para os níveis de 2022, disseram líderes democratas.
Os republicanos estão insistindo que os gastos federais precisam ser significativamente reduzidos em relação aos níveis atuais, para que os gastos gerais diminuam no próximo ano fiscal, mesmo com o aumento dos gastos militares.
Biden quer cortar o déficit aumentando os impostos sobre os ricos e fechando brechas fiscais para as indústrias petrolífera e farmacêutica. McCarthy declarou que elevar a receita é inviável.”Não acho que seja um problema de receita. É um problema de gastos”, afirmou McCarthy.
McCarthy disse que ele e Biden orientaram seus negociadores — que já se reuniram por várias horas na segunda-feira — para “trabalharem a noite toda” enquanto correm em busca de um acordo antes de 1º de junho, quando o Departamento do Tesouro alerta que o governo federal pode ficar sem dinheiro.
A menos que o Congresso aumente o teto da dívida e permita que o governo federal tome dinheiro emprestado para pagar suas contas, os Estados Unidos podem deixar de cumprir suas obrigações pela primeira vez na história, potencialmente levando o país à recessão e mergulhando os mercados financeiros globais no caos.
Qualquer acordo para elevar o limite da dívida precisa passar pelas duas Casas do Congresso e, portanto, depende do apoio bipartidário. Os republicanos controlam a Câmara por 222 a 213, enquanto os democratas detêm o Senado por 51 a 49.
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