O Ibovespa estava em queda de 0,26% na manhã desta terça-feira (23) devido ao impasse na dívida dos Estados Unidos. Às 10h15, o índice estava em  110.116,14 pontos. O dólar estava em alta de 0,18%, cotado a R$ 4,98.

Negociadores da Casa Branca e dos republicanos do Congresso dos EUA se reunirão novamente nesta terça-feira para tentar resolver um impasse de meses sobre o aumento do teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo norte-americano, com o país enfrentando o risco de calote em até nove dias.

Os correligionários democratas do presidente Joe Biden e os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados sob o comando de Kevin McCarthy, permaneceram longe de um acordo sobre a melhor forma de controlar o déficit federal. Os democratas argumentam que os norte-americanos ricos e as empresas deveriam pagar mais impostos, enquanto os republicanos querem cortes de gastos.

Biden e McCarthy saíram na noite de segunda-feira (22) de sua terceira reunião neste ano sobre o teto da dívida falando sobre a necessidade de encontrar um acordo bipartidário, mesmo enquanto se apegam a políticas que expõem as divisões entre os dois partidos.

O republicano afirmou que a discussão foi produtiva, porém persiste o impasse em relação às exigências do presidente. “Ainda não há acordo sobre nenhum ponto, estamos em negociação.”

Por sua vez, Biden disse à imprensa que o risco de calote está descartado. “Reiteramos novamente que o calote está fora de cogitação e a única forma de avançar é por meio de um acordo bipartidário baseado na boa fé.”

O fracasso em elevar o teto da dívida desencadearia um calote que pode abalar os mercados financeiros e levar a economia americana à recessão. A incerteza contínua já está pesando sobre investidores e ações de todo o mundo.

No Brasil, além da questão da dívida americana, as atenções estão voltadas para a tramitação do novo arcabouço fiscal, que pode ser votado no Congresso nesta terça-feira (23) ou na quarta-feira (24).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o relator do projeto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), afirmaram que o projeto passará por ajustes na redação para evitar a percepção de que a nova versão permite um aumento nos gastos do governo nos próximos anos.

O texto inclui dois dispositivos que poderiam permitir ao governo gastar cerca de R$ 80 bilhões entre 2024 e 2025, de acordo com cálculos do mercado financeiro. No entanto, o relator e o governo contestam esse valor, estimando um aumento de despesas entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões.

“Nós vamos esclarecer essa questão para deixar claro que o relatório do meu substitutivo não prevê um montante superior a R$ 80 bilhões. Nunca houve essa conta. É um cálculo que gerou ruído, e vamos encontrar uma redação que deixe claro que não estamos contemplando essa possibilidade”, disse Cajado.

Mercado internacional

O risco de calote da maior economia do mundo está afetando os mercados acionários internacionais. As principais bolsas asiáticas fecharam em baixa após a reunião entre o presidente Joe Biden e o republicano Kevin McCarthy não ter resolvido o impasse em torno do teto da dívida nos Estados Unidos.

Além disso, as bolsas europeias estão precificando os dados preliminares de atividade fraca em maio. O crescimento dos negócios na zona do euro permaneceu resiliente, mas desacelerou um pouco mais do que se pensava este mês, já que o setor de serviços perdeu um pouco de seu brilho e a contração na indústria se aprofundou, mostrou uma pesquisa na terça-feira.

O Índice de Gerentes de Compras Composto (PMI) do HCOB para o bloco, compilado pela S&P Global e visto como um bom indicador da saúde econômica geral, caiu para 53,3 em maio, ante 54,1 em abril.

Embora ainda esteja confortavelmente acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, ficou abaixo da estimativa em pesquisa da Reuters de 53,5.

Confira o comportamento dos principais índices internacionais:

Estados Unidos:

Dow Jones: -0,42%
S&P 500: +0,02%
Nasdaq: +0,50%

Europa:

FTSE100 (Londres): +0,36%
DAX (Frankfurt): -0,30%
CAC 40 (Paris): -0,91%

Ásia:

Nikkei (Tóquio): -0,42%
Xangai (China): -1,52%
Kospi (Coreia): +0,41%

(Com Reuters)

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