A pandemia já tinha dado sinais de aceleração dos tempos e mudança de rota do novo capital. Agora, com a chegada do 5G no Brasil, a transformação digital e a inovação disruptiva abrem ainda mais possibilidades inteiramente novas para o investimento ESG. Também abrirá caminho para soluções de muitos dos problemas até então considerados difíceis, como a produção de energia limpa e alimentos saudáveis, o adensamento em grandes cidades, a saúde e os cuidados médicos, para citar alguns.
É um desafio ambicioso e uma grande oportunidade para as empresas. Isso por certo impactará positivamente os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e a criação de uma sociedade na qual as pessoas possam viver felizes e com paz de espírito.
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De modo objetivo, essas mudanças são consideradas como uma grande oportunidade de alcançar o crescimento econômico de médio a longo prazo e construir uma sociedade sustentável e centrada nas pessoas, ou como queira “Sociedade 5.0 ou Sociedade Criativa” – um conceito originário do Japão.
De acordo com a Japan Business Federation, a Sociedade Criativa é uma sociedade sustentável e centrada no ser humano em que os mundos físico e cibernético são altamente integrados pela transformação digital, ninguém fica para trás e todos trabalham juntos para criar vidas seguras e confortáveis e novas oportunidades de crescimento.
Portanto, esse é o momento de grandes transformações no Brasil, se não vejamos: a chegada do 5G; as mudanças na estrutura socioeconômica do País pós-pandemia; o crescente apelo da crise em relação às nossas questões ambientais; e, as mudanças na mentalidade das pessoas.
É bom que se diga, a Sociedade Criativa não é apenas uma sociedade superinteligente, mas também uma sociedade na qual qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer lugar, cria valores enquanto vive em harmonia com a natureza, utilizando tecnologias inovadoras.
Assim, o investimento ESG inovador torna-se imprescindível em qualquer negócio. Há uma apelo global às empresas para utilizar a transformação digital e reformar suas estruturas organizacionais, proporcionando um ambiente diverso de pessoas em que possam demonstrar suas habilidades de imaginação e criatividade.
A diferença entre a Sociedade Criativa e a quarta Revolução Industrial – a Indústria 4.0, está em seus propósitos. O objetivo da Indústria 4.0 é buscar a transformação tecnológica e industrial, enquanto a Sociedade Criativa busca a felicidade humana e a construção de uma sociedade melhor sustentada nessa transformação.
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Na quarta Revolução Industrial, tecnologias inovadoras serão introduzidas nos negócios para alcançar uma produção mais eficiente e inteligente. Mas, como resultado, pode ter um impacto negativo nas pessoas e na sociedade.
Por outro lado, com o intuito de criar uma vida mais digna e uma comunidade melhor, a Sociedade Criativa foca em como a transformação tecnológica e industrial deve ser utilizada para alcançar a felicidade.
Ou seja, Sociedade Criativa é um conceito que visa um ecossistema inclusivo e sustentável, na qual as pessoas ocupem um lugar de destaque, com uma perspectiva ampla no uso de tecnologias inovadoras.
Uma sociedade sustentável e centrada no ser humano é o S no centro do ESG, na qual o crescimento econômico é compatível com a resolução de várias questões sociais, como saúde e cuidados médicos, agricultura e alimentos, meio ambiente e mudanças climáticas, energia, segurança e prevenção de desastres, e igualdade de pessoas e gênero, e em que cada pessoa possa viver e trabalhar com justiça.
O investimento ESG e a inovação são alternativas no cardápio e no apetite dos investidores para resolver questões sociais.
Além do mais, perceba que há características em comum entre o ESG e a Sociedade Criativa:
1. Voltado para o futuro (potencialidade): Tanto os investimentos ESG quanto a Sociedade Criativa são voltados para o futuro.
2. Fomenta o crescimento econômico e os retornos (lucratividade): O investimento ESG e a Sociedade Criativa têm como objetivo aumentar não apenas o valor social, mas também o econômico.
3. Objetivo de alcançar os ODS (sustentabilidade): Tanto o investimento ESG quanto a Sociedade Criativa 5.0 têm como desafio abordar questões globais, alcançar os ODS e criar uma sociedade sustentável.
Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Ceará.
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