Dirigimos a Renault Scenic mais antiga do Brasil, um protótipo de 25 anos

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Foto: divulgação

Renault Scenic completa 25 anos no Brasil

Nas ruas de asfalto liso e de velocidade limitada a 40 km/h de um desses condomínios que comporta mansões e campos de golfe, uma voltinha na primeira Renault Megane Scenic criada no Brasil evidencia que fomos injustos com as minivans, espécie praticamente extinta. Mereciam um lugar reservado no mercado nacional até hoje.

Posição de dirigir mais alta e volante mais à horizontal induzem a uma condução mais relaxada, despretensiosa e desapressada, embora o motor 2.0 de 115 cv tenha disposição e elasticidade. O câmbio de cinco marchas agrada com engates longos e suaves.

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É o bastante quando há crianças no banco traseiro cantarolando Mundo Bita ou assistindo à Peppa Pig, enquanto repousam suas guloseimas nas mesinhas ancoradas no encosto dos bancos dianteiros. A visibilidade impressiona, conquistada com janelas laterais “espichadas” para cima e amplo para-brisa.

Quando chegou ao mercado, em março de 1999, apresentou às famílias brasileiras recursos no mínimo incomuns, como bancos traseiros individuais, dobráveis e removíveis, que alteravam a configuração interna conforme a necessidade. Ou a gaveta sob o banco do passageiro e o compartimento para pequenos objetos abaixo dos bancos traseiros.

“O Scenic não apenas criou um segmento inédito no mercado, como inovou em seus processos de produção. O modelo fabricado no Brasil foi o primeiro veículo da Renault no mundo a utilizar o processo de pintura à base de água, tecnologia reconhecida pela menor geração de resíduos e que é, atualmente, largamente utilizada pela indústria e por todos os veículos Renault produzidos no país”, explica Vagner Mansan, diretor das fábricas de veículos da empresa e um dos profissionais que estavam na Renault no início da fabricação da minivan.

Quatro dias depois a Renault adotou na França o mesmo método.

Poucas mudanças além da reestilização (já em 2001) e de uma reconfiguração de versões foram necessárias ao longo de seus 12 anos de mercado, período em que foram emplacadas 142 mil unidades da minivan – tal como as rivais fagocitada por SUVs, substitutos por modismo, e não mérito técnico.

No mundo, onde seguiu por mais três gerações, somou 5 milhões de exemplares entre 1996 e 2022.

Acervo

No Brasil, apenas Volkswagen, Renault e Fiat se dignaram a guardar parte do que produziram por aqui. Esta Scenic – que é o primeiro protótipo, montado em abril de 1998 e utilizado para treinar a equipe que fabricaria os modelos de série a partir de dezembro do mesmo ano – é um dos carros do acervo da marca francesa, por ora reservado à apreciação dos funcionários do Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR).

Há também um Clio V6, um Gordini, uma réplica do Voiturette, um 4CV e um Willys Interlagos e o último Sandero R.S., entre outros. Os carros foram preservados ao longo dos anos por iniciativa de Alain Tissier, ex-vice-presidente da Renault no Brasil. “Ele tinha muito forte esta questão de memória da marca”, conta Caique Ferreira, diretor de Comunicação da empresa.

De acordo com o executivo, a inspiração do acervo (cuja manutenção é executada por colaboradores voluntários) vem da planta da Renault em Flins, na França, onde estão cerca de 150 carros e um centro de documentação. Tal como lá, é obrigatório que todos os veículos estejam funcionando.


















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