Como a Simple Organic transformou o mercado de beleza limpa no Brasil

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Divulgação/Simple Organic

Patrícia Lima, CEO e fundadora da Simple Organic

A Simple Organic, marca brasileira de cosméticos sustentáveis, que utiliza ingredientes orgânicos, veganos, naturais e cruelty-free, nasceu de uma preocupação da fundadora, Patrícia Lima, durante sua gravidez. Ela concluiu que não estava fazendo nada para agregar qualidade à geração de sua filha. Lima trabalhou, por grande parte da vida, com comunicação especializada em moda.

Quando decidiu que iria mudar seu rumo para o lado da beleza sustentável, buscou modelos para seguir no Brasil, mas não encontrou nenhum. Assim, foi preciso procurar por exemplos na Europa e nos Estados Unidos, onde o setor já estava mais desenvolvido.

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“Mesmo lá fora, eu percebi que todas as marcas existentes eram muito nichadas, e que o mundo da moda e da beleza não estava se procurando com o impacto que tinha no meio ambiente e como isso seria prejudicial para as gerações futuras e até para a nossa”, afirma.

Foi nesse momento que ela percebeu que precisaria fazer a sua marca para mudar a situação. Porém, o processo não foi simples. Ao mesmo tempo que não existiam marcas limpas no Brasil, não era fácil encontrar locais de produção orgânica para desenvolver os produtos que ela imaginava. Assim, ela descobriu uma fábrica em Milão, na Itália, que conseguiria moldar as fórmulas para a empresa.

“Nossa primeira divulgação foi feita no São Paulo Fashion Week, porque eu queria provar que as nossas fórmulas tinham alta performance e poderiam fazer parte do mundo da moda”, conta Lima. “Com isso, esgotamos em 45 dias o estoque que estava previsto para ser vendido em seis meses.”

Apesar de ter sido positivo, o erro de cálculo fez com que a produção na Itália ficasse inviável. De volta ao Brasil, a Simple precisou encontrar uma marca terceirizada que conseguisse desenvolver as suas fórmulas, o que não foi um trabalho simples.

O impasse foi resolvido com uma proposta de aquisição da farmacêutica Hypera (HYPE3), em 2020. Daquele momento em diante, a produção passou a ser feita “dentro de casa”, nas instalações da companhia, com um poder tecnológico muito superior ao que a marca tinha anteriormente. Até hoje, boa parte das matérias primas utilizadas pela Simple são provenientes de pequenos produtores e agricultores, que não deixaram de ser necessários.

Com a mudança, também foi possível pôr em prática um plano antigo, de neutralizar o carbono produzido por toda a logística da cadeia de produção de seus produtos.

Também no quesito sustentabilidade, a marca recebeu o certificado da PETA Vegan Approved, que garante que os produtos sejam livres de ingredientes de origem animal, além do selo Eu Reciclo, que compensa 100% da embalagem primária comercializada, neutralizando o impacto ambiental.

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Além da produção, a marca fez parcerias com o Instituto Beracca, nas quais construiu casas de extração de óleos, para ajudar na produção do Patauá e fortalecer a economia local para a comunidade de Anajás, localizada na Ilha de Marajó, de onde provêm alguns dos óleos vegetais orgânicos utilizados nas fórmulas dos produtos da marca.

Desde a aquisição, a marca teve registrou um crescimento de quase 500%, com 70% de suas vendas sendo feitas no digital, 15% em lojas físicas, 10% em farmácias e 5% no mercado internacional. Para 2023, a expectativa é crescer 52% a mais que o ano passado, aumentando as franquias, que hoje totalizam 35 lojas e passando de 1,2 mil farmácias parceiras para 1,7 mil.

“Nesses seis anos, foram muitos erros para atingir esses acertos. Na Simple nós acreditamos que não existe inovação na certeza, no histórico. É preciso ter um desconhecido para nascer a inovação”, afirma Lima. “Nós acreditamos que, mesmo depois de todos esses anos, ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas no setor e é nisso que vamos continuar apostando.”

Hoje, a marca conta com 100 produtos em sua linha e está na produção de diversos outros, como vitaminas e suplementos.

Apesar de sua confiança na marca, há seis anos ela nem sonhava que poderia ganhar tanto destaque e conquistar uma comunidade tão fiel aos seus produtos. “Quando eu olho para trás, é muito incrível ver a jornada que nós vivemos para chegar até aqui. Eu nunca imaginaria ter tantas pessoas acreditando no meu sonho, ter uma comunidade de pessoas querendo fazer a diferença”, diz a fundadora da Simple. “Nós só estamos começando.”

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