Ministros da UE apoiam plano para reduzir dependência econômica da China

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YvesHerman/Reuters

Atualmente, a UE é ainda mais dependente da China em relação a tecnologias essenciais do que da energia russa

Ministros da União Europeia apoiaram estratégia de reduzir a dependência econômica do bloco em relação à China nesta sexta-feira (12), mas agora terão que descobrir como tornar isso uma realidade, disse o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.

Borrell disse que os ministros das Relações Exteriores deram amplo apoio a um plano para ajustar a política em relação à China, dando maior ênfase ao seu papel como rival político, ao mesmo tempo em que continuam a ver Pequim como um parceiro em questões globais e um concorrente econômico.

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“Os colegas receberam bem o documento que apresentamos. Eles concordam com as linhas básicas dessa recalibração de nossa estratégia em relação à China”, disse Borrell a repórteres após a reunião dos ministros em Estocolmo.

“Quando uma dependência é muito grande, é um risco”, declarou.

Borrell disse que a UE precisa aprender com o “erro estratégico” que cometeu nos anos anteriores à guerra de Moscou na Ucrânia, tornando-se muito dependente do gás russo.

Ele disse que, atualmente, a UE é ainda mais dependente da China em relação a tecnologias essenciais, como painéis solares e materiais essenciais, do que da energia russa.

“‘De-risking’ é apenas uma palavra. Mas, por trás dessa palavra, há muito trabalho, que levará tempo, para rever todas as nossas relações econômicas com a China”, disse ele.

Borrell enfatizou que o objetivo não é “desacoplar” as economias européia e chinesa, mas reequilibrar o relacionamento.

As autoridades agora refinarão a proposta para apresentá-la aos líderes da UE, que devem discutir a China em uma cúpula em junho.

O plano é a mais recente tentativa de encontrar um equilíbrio entre as opiniões dos 27 países membros da UE, manter uma abordagem distinta da UE em relação a Pequim e preservar uma parceria próxima com Washington, que está pressionando por uma linha mais dura em relação à China.

O documento afirma que a coordenação com os Estados Unidos “continuará sendo essencial”.

Mas diz que a UE “não deve aderir à ideia de um jogo de soma zero, em que só pode haver um vencedor, em uma disputa binária entre EUA e China”.

Em uma carta que acompanha a proposta, Borrell disse que havia pelo menos três motivos para “recalibrar” a política da China.

Segundo ele, esses motivos são “o grau em que a China está mudando, com o nacionalismo e a ideologia em ascensão; o endurecimento da concorrência entre os EUA e a China, que afeta todas as áreas políticas; e o fato de que a China é um ator importante nas questões regionais e globais”.

O documento diz que a UE deve “diversificar as fontes de suprimento em setores-chave, em particular aqueles cruciais para nossa transição ecológica e digital”, como semicondutores, telecomunicações 5G e 6G, baterias, matérias-primas e minerais críticos.

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