JBS tem prejuízo de R$ 1,4 bi no 1º trimestre, mas vê recuperação em 2023

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A JBS (JBSS3), maior produtora global de carnes, anunciou nesta quinta-feira prejuízo líquido de R$ 1,45 bilhão no primeiro trimestre, versus lucro de R$ 5,14 bilhão no mesmo período do ano passado, com margens menores em todas as suas principais unidades de negócios por alta nos preços de grãos e sobre-oferta de proteínas, principalmente frangos e suínos.

Mas essa situação desafiadora já é coisa do passado, com o primeiro trimestre visto como um “ponto fora da curva” pelo CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni. Ele disse que o cenário para 2023 é mais positivo, em meio a um recuo nas cotações das matérias-primas para rações já registrado, além de maior demanda de carnes nos próximos trimestres nos Estados Unidos e China.

“O fato é que o resultado deste primeiro trimestre não representa o potencial do nosso negócio e muito menos o que nós esperamos do resultado para o ano… O primeiro trimestre de 2023 é um caso excepcional e um ponto fora da curva…”, disse Tomazoni à Reuters.

“Quando olho para frente, já olhando o segundo trimestre, vislumbramos uma recuperação gradual das margens dos nossos negócios, isso já é fato”, acrescentou.

A companhia brasileira, gigante global de alimentos que obtém a maior parte de suas receitas na América do Norte, registrou queda de 78,6% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, para R$ 2,16 bilhões.

A margem Ebitda ajustada foi de 2,5%, queda de 8,6 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a empresa teve o melhor primeiro trimestre de sua história, e as operações nos Estados Unidos marcaram forte crescimento por demanda interna e externa, nos segmentos de aves e bovinos.

A receita líquida da companhia de janeiro a março de 2023 foi a segunda maior já registrada para um primeiro trimestre, somando 86,7 bilhões de reais, destacou Tomazoni, ressaltando que a plataforma global e diversificada em proteínas da empresa também vai colaborar para a retomada de bons resultados.

No primeiro trimestre, as operações de bovinos da JBS nos EUA, a maior da empresa em receita, ainda sofreram com a “virada do ciclo do gado”, o que reduz a oferta animais para abate. Neste cenário, os preços do boi gordo permaneceram em patamares elevados, crescendo 16% ano a ano, enquanto a carne no atacado subiu apenas 2%, disse a companhia.

No Brasil, a unidade de bovinos da empresa sofreu com um embargo da China para o país entre fevereiro e março, por conta de um caso atípico de doença de “vaca louca”. O proibição já foi suspensa.

“Olhando o Brasil especificamente, essa retomada de bovinos para China vai ter um forte impacto nos negócios agora”, disse o executivo, lembrando que a empresa teve uma unidade brasileira habilitada a exportar aos chineses recentemente, o que vai dar força adicional.

Nos EUA, ele disse que o segmento de bovinos deverá se beneficiar da temporada de churrascos, no segundo e terceiro trimestres, que costumam gerar maior demanda.

Ele ainda citou que a retomada da economia da China, importante para todas as proteínas, mas principalmente para bovinos, é outro fator positivo previsto para o ano.

Caixa e dívida

A empresa reportou no primeiro trimestre fluxo de caixa das atividades operacionais negativo em 3 bilhões de reais, “explicado pelo cenário desafiador no período”.

O fluxo de caixa livre, após adição de ativo imobilizado, juros pagos e recebidos, foi negativo em 6 bilhões de reais, em um período em que, sazonalmente, há a característica de maior consumo de caixa, devido a concentração de pagamentos de fornecedores de gados e suínos, e recomposição de estoques, principalmente em grãos, segundo o CFO da companhia, Guilherme Cavalcanti.

A dívida líquida aumentou para 83,7 bilhões de reais até o fim do primeiro trimestre, versus 79,17 bilhões no quarto trimestre, aumento decorrente principalmente do consumo do capital de giro, Capex, além de juros provisionados.

A alavancagem passou para 3,14 vezes, versus 2,29 vezes ao final do ano passado.

Por outro lado, a JBS informou que encerrou o trimestre com R$ 9 bilhões em caixa, possuindo US$ 3,2 bilhões  disponíveis em linhas de crédito rotativas.

Assim, disponibilidade total da companhia é de R$ 25 bilhões, reportou a empresa.

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