Poluição do ar e os riscos para câncer de pulmão

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Câncer de pulmão: poluição pode impulsionar desenvolvimento da doença

Um estudo publicado recentemente na Revista Nature procurou mostrar os mecanismos de como a poluição do ar causa câncer de pulmão, um dos tumores mais incidentes em todo o mundo.

Segundo pesquisadores britânicos, os poluentes podem impulsionar o desenvolvimento da doença “pela criação de um ambiente inflamado que estimula a proliferação de células com mutações causadoras de câncer existentes”.

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Os cientistas utilizaram ratos de laboratório para desvendar o mecanismo dos impactos da poluição, a partir de dados ambientais e epidemiológicos do Reino Unido, Canadá, Coreia do Sul e Taiwan. A equipe focou em casos que carregavam mutações em um gene chamado EGFR, encontrados mais comumente em pessoas que nunca fumaram.

Os pesquisadores comprovaram que as cobaias expostas a partículas semelhantes às encontradas na poluição do ar tinham mais chances de desenvolver tumores pulmonares do que aquelas que não foram expostas. E, ainda, mesmo com as taxas mais altas de câncer de pulmão, não houve aumento no número de mutações nas células pulmonares. 

A pesquisa fornece algumas pistas sobre o desenvolvimento de neoplasias causadas ​​pela exposição ambiental e pode, eventualmente, ser aplicada para entender melhor outros tipos de câncer causados pela poluição. 

Adicionalmente, pode também ajudar a desenvolver estratégias para proteger as células do corpo deste fator de risco.

Poluição já é apontada como fator de risco para vários tumores

No último Congresso Europeu de Oncologia, realizado em setembro do ano passado, outra pesquisa já havia apontado a relação entre poluição e o risco de alguns tipos de câncer. 

Os pesquisadores também procuraram analisar dados de pacientes não fumantes para tentar entender o impacto da concentração da partícula de poluente no ar com o risco da doença.

Essa associação foi encontrada não apenas em casos de câncer de pulmão, mas também para tumores de (mesotélio, um tecido fino que reveste alguns órgãos, entre eles o pulmão), de canal anal, de intestino delgado e de glioblastoma, um tipo de tumor cerebral.

A partir destas informações, os pesquisadores enfatizaram que quanto maior a concentração do poluente, maior o risco. A hipótese é que as partículas dos poluentes promovem mecanismos de dano à mucosa que reveste os órgãos.

Os resultados indicaram a importância do debate de novas estratégias de prevenção do câncer e geram um novo alerta sobre os riscos da poluição em diversas áreas de nosso planeta.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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