Profissional mais buscado é o que combina capacidades emocionais e digitais

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Líderes com tech skills têm um diferencial competitivo relevante, mas habilidades emocionais continuam sendo demandadas

Profissionais hoje querem ser liderados por pessoas com competências humanas, as chamadas soft skills. Uma pesquisa feita pela consultoria de recrutamento e seleção Robert Half no LinkedIn mostrou que a inteligência emocional é considerada a principal habilidade para uma boa liderança, eleita por 49% dos 726 pesquisados. 

Mas o profissional mais buscado hoje é o que sabe combinar soft skills com capacidades digitais, cada vez mais exigidas pelo mercado – apesar de selecionadas por apenas 2% das pessoas na pesquisa da Robert Half. 

“Um executivo que não entende de linguagem de programação, por exemplo, provavelmente não vai ficar desempregado”, diz Leonardo Berto, gerente da Robert Half. Mas profissionais com esse tipo de habilidade têm um diferencial competitivo relevante. “É uma posição demandada e valorizada, que oferece as melhores condições de trabalho e remuneração e perspectivas de desenvolvimento.”

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Depois da inteligência emocional, as habilidades mais relevantes escolhidas pelos profissionais foram comunicação eficaz e capacidade de inspirar, escolhidas por 27% e 22% das pessoas, respectivamente. 

É comum ouvir que “os profissionais são contratados pelas competências técnicas e demitidos pelas comportamentais”. “Mas agora as soft skills também são levadas em consideração na contratação”, diz Berto. Essas habilidades são também uma ótima forma de retenção de talentos e passaram a ter um peso muito grande no recrutamento executivo, muitas vezes se sobrepondo à necessidade de preencher 100% dos requisitos técnicos. 

Importância das tech skills

Em um cenário de indústria 4.0 e em um mercado altamente tecnológico, também não se pode perder de vista a importância das competências tecnológicas para a liderança. “A digitalização está transformando os processos das empresas de analógicos a automatizados, e os domínios das ferramentas têm relação direta com a gestão.”

Isso porque líderes com habilidades tecnológicas tendem a tomar decisões mais estratégicas, apoiadas em dados e tendências, e identificar e aproveitar oportunidades tecnológicas emergentes, que podem transformar seus negócios e indústrias. A consequência disso é uma maior competitividade de suas empresas. “Não adianta contratar um gerente de BI, por exemplo, e investir em construir uma plataforma com dados sobre a empresa se o gestor não souber mexer depois.”

Quando se trata de tech skills, porém, o gerente da Robert Half deixa claro que não estamos falando apenas de programação, desenvolvimento e outros temas mais técnicos. “E sim do domínio das ferramentas de trabalho, Excel avançado e profundidade no ERP [sigla em inglês para Sistema Integrado de Gestão Empresarial] e do CRM [Gestão de Relacionamento com o Cliente] da organização, por exemplo.”

Grandes empresas já fazem um movimento de incentivar e exigir o conhecimento de linguagem de programação e tratamento de banco de dados, principalmente no mercado financeiro e de tecnologia. “Quanto maior a qualificação técnica daquela liderança é como uma caixa de ferramentas que podem ser úteis para diferentes situações.”

O mercado exige, sim, uma atualização das lideranças em relação às novas tecnologias, mas, segundo Berto, o líder não precisa ser expert em todas essas funções. Conhecimentos básicos de TI, análise de dados, cibersegurança, comunicação digital e gerenciamento de projetos de tecnologia estão entre as competências mais valorizadas hoje. 

“Conforme a tecnologia evolui e os processos são automatizados e modernizados, a presença humana se torna ainda mais fundamental”, diz Berto, reforçando que combinar aspectos emocionais e digitais é o caminho para se destacar em um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico e com profissionais que exigem empatia e flexibilidade.

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